ATA DA SEPTUAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 22-9-2003.

 


Aos vinte e dois dias do mês de setembro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Qüinquagésima Sétima e Qüinquagésima Oitava Sessões Ordinárias, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, em co-autoria com o Vereador Darci Campani, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 104/03 (Processo nº 2225/03); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, os Pedidos de Providências nos 1716, 1717, 1725, 1726, 1727, 1728, 1729, 1730 e 1731/03 (Processos nos 4879, 4880, 4914, 4916, 4918, 4925, 4926, 4927 e 4928/03, respectivamente); pelo Vereador Cassiá Carpes, os Pedidos de Providências nos 1653, 1697, 1699 e 1718/03 (Processos nos 4794, 4839, 4855 e 4881/03, respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 1654, 1655, 1656, 1657, 1658, 1659, 1660, 1661, 1662, 1663, 1664, 1665, 1666, 1667, 1668, 1669, 1670, 1671, 1672, 1673, 1674, 1675, 1676, 1677, 1678, 1979, 1680, 1681, 1682, 1683, 1684, 1685, 1686, 1687, 1688, 1689, 1690, 1691, 1692, 1693, 1694, 1695 e 1696/03 (Processos nos 4795, 4796, 4797, 4798, 4799, 4800, 4801, 4802, 4803, 4804, 4805, 4806, 4807, 4808, 4809, 4810, 4811, 4812, 4813, 4814, 4815, 4816, 4817, 4818, 4819, 4820, 4821, 4823, 4824, 4825, 4826, 4827, 4828, 4829, 4830, 4831, 4832, 4833, 4834, 4835, 4836, 4837 e 4838/03, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 361/03 (Processo nº 4691/03); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 1644, 1645, 1646, 1710, 1711, 1712, 1713, 1714, 1715, 1719, 1720, 1721, 1722, 1723, 1724, 1732, 1733, 1734, 1735, 1736, 1737, 1738, 1739, 1740, 1741, 1742, 1743, 1744, 1745, 1746, 1747, 1748, 1749 e 1750/03 (Processos nos 4784, 4785, 4786, 4872, 4873, 4874, 4875, 4876, 4877, 4882, 4883, 4884, 4886, 4891, 4892, 4929, 4930, 4931, 4932, 4933, 4936, 4937, 4938, 4939, 4940, 4941, 4942, 4943, 4944, 4945, 4946, 4947, 4948 e 4949/03, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 368/03 (Processo nº 4989/03); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Pedido de Providências nº 1698/03 (Processo nº 4853/03); pelo Vereador Sebastião Melo, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 006/03 (Processo nº 0416/03). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10534160, 10534460, 10534687, 10534997, 10535150 e 10535154/03, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Luiz Carlos Eymael, Superintendente-Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola do Rio Grande do Sul – CIEE – RS, que discorreu sobre os programas e atividades desenvolvidos pela instituição, notadamente no que se refere à formação profissional de estudantes dos Ensinos Médio e Superior e à contribuição para o crescimento econômico das empresas conveniadas. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Carlos Nedel, Cassiá Carpes, Wilton Araújo, Luiz Braz, Darci Campani, Raul Carrion, Haroldo de Souza, Carlos Alberto Garcia, Isaac Ainhorn e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinqüenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi apregoado Requerimento da Vereadora Margarete Moraes, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Juberlei Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Carlos Pestana, Vice-Líder da Bancada do PT, informando o impedimento da Suplente Berna Menezes em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Margarete Moraes. Também, o Vereador Haroldo de Souza formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o envio do abaixo-assinado de Pedido de Audiência com a Presidência da República. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear o transcurso do décimo quinto aniversário do Sindicato dos Contadores do Rio Grande do Sul - SINDICONTA, nos termos do Requerimento n° 136/03 (Processo n° 3682/03), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Compuseram a Mesa: o Vereador João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Salésio Dagostim, Presidente da Confederação Nacional dos Contadores; o Senhor Enori Spinelli, Presidente do Conselho Regional de Contabilidade; o Senhor Antônio Luiz Bohnert, Presidente do SINDICONTA; o Senhor José João Appel Mattos, Presidente da Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul; a Vereadora Maria Celeste, 1ª Secretária deste Legislativo. Após, o Vereador Reginaldo Pujol informou que o Vereador João Carlos Nedel também falaria em nome da Bancada do PFL. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel, destacando os quinze anos de fundação do SINDICONTA, mencionou pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo – USP, sobre a imagem do Contador perante a sociedade e salientou a importância das funções desse profissional como protagonista da administração empresarial no atual contexto brasileiro. O Vereador Isaac Ainhorn saudou a iniciativa do Vereador João Carlos Nedel, ressaltando a importância da parceria entre o SINDICONTA e este Legislativo e apontando problemas nos quais é fundamental a assessoria dos contadores. Também, frisou a relevância da contabilidade na Administração Pública, lembrando o Projeto de Lei do Legislativo nº 123/98, de autoria do Vereador Sebastião Melo, que dispõe sobre o acompanhamento da execução orçamentária do Município. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Enori Spinelli e Antônio Luiz Bohnert, que salientaram a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao décimo quinto aniversário do Sindicato dos Contadores do Rio Grande do Sul – SINDICONTA. Às quinze horas e dezoito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Celeste abordou acontecimentos recentes na área da segurança pública estadual, tais como abuso de poder de policiais e leu matéria escrita pela colunista Rosane de Oliveira, publicada no dia quatorze de setembro do corrente, no jornal Zero Hora. Ainda, mencionou o Requerimento nº 157/03, de autoria do Vereador Carlos Pestana, o qual solicita a constituição de Comissão Especial para acompanhar a questão da segurança pública no Município. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei registrou a presença de funcionários da Viação Aérea Rio-Grandense Sociedade Anônima – VARIG. Ainda, discorreu sobre a possibilidade de liberação, pelo Governo Federal, do plantio da soja transgênica no Estado, atentando para os problemas de saúde que o consumo de alimentos geneticamente modificados pode ocasionar ao ser humano. O Vereador Pedro Américo Leal comentou artigo publicado hoje no jornal Correio do Povo, intitulado "O uso ilegal de avião deixa inelegível o Ministro Adauto", referente ao uso, pelo Senhor Anderson Adauto Pereira, Ministro dos Transportes, de avião da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Ainda, citou emenda que apresentou ao Orçamento Municipal, elevando o coeficiente de gastos orçamentários desta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Wilton Araújo reportou-se à retomada das obras do viaduto das Avenidas Carlos Gomes e Nilo Peçanha, indagando os motivos que levaram aos atrasos verificados nessa obra e apoiando requerimento da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, para que sejam ouvidos sobre o assunto o Engenheiro Wolney Moreira da Costa e o Secretário Municipal de Obras e Viação. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion aludiu à homicídio de trabalhadores rurais da Fazenda Primavera, do Estado do Pará, ocorrido no dia doze de setembro do corrente, afirmando que se observam desfechos marcados pela impunidade nesse tipo de crime e defendendo a agilização na implantação da reforma agrária no País, para que haja uma mudança nos índices relativos à violência rural e urbana. O Vereador Reginaldo Pujol discorreu sobre o reinício das obras do viaduto das Avenidas Carlos Gomes e Nilo Peçanha, abordando justificativas das Secretaria Municipal de Obras e Viação para os atrasos verificados nesse empreendimento e declarando que a responsabilidade desses atrasos deve ser examinada conjuntamente pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação e pela Comissão de Constituição e Justiça. O Vereador Renato Guimarães relatou sua participação, ontem, como representante desta Câmara, no Salão de Atos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, no lançamento do Movimento Juvenil pela Unidade, que objetiva despertar nos jovens uma atitude de protagonistas sociais. Nesse sentido, destacou a importância de motivar a juventude para que desempenhe positivamente um papel construtor de uma nova sociedade. O Vereador Ervino Besson, referindo-se aos desfiles da Semana Farroupilha, realizados no dia vinte e um de setembro do corrente, na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, citou nota a respeito publicada hoje no Jornal Zero Hora, de autoria do jornalista José Barrionuevo e solicitou mudanças na organização desse evento, tendo em vista que a demora na sua realização obrigou a uma espera de até sete horas por parte de piquetes e do público em geral. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol referiu-se a artigos da Lei nº 8.138/03, cujo Projeto de Lei foi aprovado por unanimidade neste Legislativo, a qual proíbe as lutas de vale-tudo em todas as suas modalidades no Município, comentando a realização, no último final de semana, desse tipo de espetáculo no Ginásio de Esportes no Ginásio Municipal de Esportes Osmar Fortes Barcelos, "Tesourinha". O Vereador Cassiá Carpes elogiou a participação da comunidade nos eventos relativos à Semana Farroupilha, informando ter protocolado o Projeto de Lei do Legislativo nº 373/03, que altera a Lei nº 7.855/96, ampliando a duração do Acampamento Farroupilha, realizado anualmente no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, e definindo o período de primeiro a trinta de setembro como sendo o mês de cultivo da cultura e das tradições gaúchas. O Vereador Dr. Goulart criticou o atendimento à saúde oferecido à população porto-alegrense, ressaltando falta de médico radiologista no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Ainda, questionando a forma como questões referentes à saúde são tratadas pela imprensa, solicitou maior abrangência nessas informações, exemplificando com notícias divulgadas quanto à redução de preços de medicamentos sem análise de seus efeitos para o consumidor. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 208, 220 e 245/03, este discutido pelo Vereador Darci Campani, 253/03, discutido pelo Vereador Luiz Braz, 258, 320 e 325/03, o Projeto de Resolução n° 077/03, discutido pelo Vereador Carlos Alberto Garcia; em 4ª Sessão, o Projeto de Resolução n° 082/03, discutido pelos Vereadores Maria Celeste e Sebastião Melo, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n° 002/03. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo relatou solicitações oriundas de participantes do Acampamento Farroupilha, realizado anualmente em Porto Alegre, em especial quanto ao período, à cobrança de ingresso e à estrutura física e de segurança desse evento. Também, registrou pré-convenção a ser efetuada pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro no dia vinte e sete de setembro do corrente, com a presença do ex-Vereador Lauro Hagemann. O Vereador Marcelo Danéris criticou a atuação do Partido do Movimento Democrático Brasileiro à frente do Governo Estadual, expondo dados da pesquisa de opinião pública realizada pela Empresa Brasmarket, quanto aos governadores com melhor excelência administrativa e honestidade, segundo a qual o Senhor Germano Rigotto, Governador do Estado, se encontra em décimo oitavo lugar em excelência administrativa. O Vereador Cláudio Sebenelo, lamentando críticas hoje efetuadas pelo Vereador Marcelo Danéris à atuação do Senhor Germano Rigotto como Governador do Estado, classificou como negativas as gestões do Partido dos Trabalhadores e da Frente Popular à frente dos Governos Estadual e Municipal, mencionando principalmente questões relativas à teoria e a prática do Programa de Orçamento Participativo vigente em Porto Alegre. Na oportunidade, o Vereador Marcelo Danéris formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de expressões utilizadas pelo Vereador Cláudio Sebenelo em seu pronunciamento em Comunicação de Líder, tendo o Orador manifestado-se contrariamente a esta solicitação e o Senhor Presidente determinado a retirada das referidas expressões, nos termos do artigo 142 do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Valdir Caetano afirmou que disputas políticas referentes às eleições municipais do próximo ano devem ser limitadas à área política, sem envolver aspectos pessoais. Também, questionou diferenciações nas cobranças políticas efetuadas pela Casa quanto às atuações dos Senhores Luís Inácio Lula da Silva e Germano Rigotto, respectivamente como Presidente da República e Governador do Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Raul Carrion declarou que a aceitação do trabalho da Frente Popular no Governo de Porto Alegre tem sido comprovada nas últimas quatro eleições municipais, relatando dados referentes a melhorias observadas nas áreas da saúde, educação, habitação e saneamento básico na Cidade. Ainda, elogiou a atuação do Senhor Luís Inácio Lula da Silva, Presidente da República, com referência à política externa brasileira. O Vereador Carlos Alberto Garcia saudou a presença, na Casa, do Suplente João Batista Pirulito. Também, comentou resultados da pesquisa realizada pela Empresa Brasmarket, acerca da opinião pública quanto aos governadores com melhor excelência administrativa e honestidade, destacando resultados positivos obtidos por governadores do Partido Socialista Brasileiro, em especial nos Estados do Espírito Santo e Rio Grande do Norte. O Vereador Beto Moesch registrou as comemorações, hoje, em todo mundo, de campanhas de conscientização para o uso de transportes alternativos que garantam melhor qualidade de vida às cidades. Nesse sentido, divulgou a "III Jornada Brasileira na Cidade Sem Meu Carro" e analisou o uso do automóvel na sociedade atual, afirmando faltarem políticas de estímulo ao uso de alternativas energéticas e de locomoção, como ciclovias e transporte fluvial. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia, solicitando alteração do nome da Comissão Especial constituída para tratar do uso de bebidas alcoólicas e de drogas por menores, bem como da prostituição infantil e exploração de menores "em situação de rua" em Porto Alegre para Comissão Especial para tratar do uso de bebidas alcoólicas e drogas, exploração sexual e situação de rua de crianças e adolescentes na Cidade de Porto Alegre. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Zé Valdir, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente João Batista Pirulito, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento da Suplente Berna Menezes em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Zé Valdir. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 109/01, com Veto Total, Projeto este que, após ser discutido pelos Vereadores Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Cláudio Sebenelo, João Carlos Nedel e Maristela Maffei, teve sua apreciação suspensa, face à inexistência de quórum deliberativo. Na oportunidade, o Vereador Cláudio Sebenelo formulou Requerimento verbal, recorrendo da decisão do Senhor Presidente, de retirada de expressões constantes no pronunciamento efetuado por Sua Excelência em Comunicação de Líder, tendo o Senhor Presidente determinado que esse recurso fosse formalizado por escrito. Após, o Senhor Presidente informou que, no dia trinta de setembro do corrente, às dezoito horas, o Senhor Prefeito Municipal comparecerá na Casa para entrega da proposta orçamentária do ano dois mil e quatro e, às dezoito horas e quinze minutos, constatada a inexistência de quórum, declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib, Maria Celeste e Luiz Braz e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Luiz Carlos Eymael, Superintendente-Executivo, representando o Centro de Integração Empresa-Escola do Rio Grande do Sul – CIEE/RS, está com a palavra, para tratar de assunto relativo a programas e atividades da instituição, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. LUIZ CARLOS EYMAEL: Excelentíssimo Sr. Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib, Excelentíssimos Srs. Vereadores, Excelentíssimas Sras. Vereadoras, demais autoridades, senhoras e senhores, boa-tarde.

Muito mais do que atuar como agente de integração entre empresas e escolas, o CIEE cumpre um papel social que é decisivo na formação profissional de milhares de estudantes que estão nos bancos escolares e nas universidades gaúchas, e um papel econômico estimulando o crescimento das empresas.

O CIEE tem como missão manter-se líder com responsabilidade social na área de integração ao mercado de trabalho, com o compromisso de atender às necessidades e expectativas de empresas, escolas, estudantes e comunidades pelo do contínuo aprimoramento de seus colaboradores, serviços e rapidez de atuação.

O CIEE é uma casa de sonhos, disse certa vez um dos Presidentes do CIEE nacional. A definição é perfeita. Afinal, o CIEE trabalha com sonhos 24 horas por dia; sonhos de educadores, que anseiam por ver seus alunos encaminhados ao mercado de trabalho; sonhos de empresários, que entendem que acolher estudantes em suas empresas é ao mesmo tempo abrir oportunidades aos jovens e oxigenar o quadro de pessoal com a alegria das novas gerações; e, por fim, sonhos daqueles que são a razão principal da existência do CIEE: os jovens estudantes, que querem, por meio dos estágios, abrir caminhos para iniciar a carreira profissional. Diante do desemprego crescente que aí está, dá para sentir que não são sonhos pequenos nem fáceis de serem realizados. Ao contrário: são sonhos que exigem idealismo, determinação e boa dose de perseverança daqueles que se dispõem a mantê-los ao longo do tempo.

O CIEE, Centro de Integração Empresa-Escola do Rio Grande do Sul, é uma instituição filantrópica e não-governamental, de direito privado e de utilidade pública municipal, estadual e federal, e atende tanto empresas privadas como organizações públicas. É pela ação direta do seu programa de estágios e dos demais programas e projetos especiais que o CIEE se faz presente em todos os setores da economia e nas mais diversas atividades desenvolvidas por empresas públicas e privadas no Estado. E é nesse universo que está a raiz da nossa integração Empresa-Escola. Além de oferecer um excelente programa de estágios, onde empresas e estudantes conveniados se beneficiam, o CIEE também investe em programas sociais, ampliando ainda mais os benefícios de sua atuação e colaborando para o crescimento de toda a sociedade.

O Programa de Assistência ao Estagiário consiste em um sistema cooperativado entre o CIEE e a iniciativa privada, que visa a beneficiar os estagiários mediante consultas médicas gratuitas. No momento, são mais de 160 pontos de atendimento e 21 especialidades médicas. São mais de 600 consultas gratuitas cedidas aos estudantes que realizam estágios.

O Programa de Informação Profissional ajuda o estudante na obtenção de informações sobre cursos, escolas e profissão, assim como possibilita ao orientando a reflexão e participação no processo de escolha profissional, que se faz mediante uma parceria entre o CIEE e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Nosso projeto Emprego Amanhã agrupa em categorias os profissionais desempregados que desejam participar de palestras educativas, abordando temas relacionados à desmistificação do processo de recrutamento e seleção, perfil buscado pelas empresas e preparação de currículos, por exemplo.

O Projeto Alfabetização de Adultos tem a duração de seis meses. Dessa forma, o CIEE vem oferecer a sua contribuição social, colaborando na redução do índice de analfabetismo no Brasil.

O programa Jovens Profissionais tem o objetivo de criar oportunidades de trabalho para recém-formados colocando-os no mercado de trabalho de forma a desenvolver atividades de acordo com a sua formação, e, ainda, motivar a classe empresarial a promover ofertas de emprego para esses jovens, diretamente ou por meio de programas de trainees.

Outro programa é o Banco de Currículos, que mantém um cadastro atualizado de profissionais disponíveis. Otimizam o encaminhamento às empresas de profissionais com o perfil solicitado de acordo com a demanda do mercado. Envia às empresas malas-diretas com resumos de currículos de candidatos a emprego e disponibilizam às empresas salas para processo de seleção de candidatos.

Cabe aqui salientar que todos esses programas são totalmente gratuitos, e ainda dentro de suas atividades sociais, o CIEE está desenvolvendo uma campanha nacional para a prevenção ao uso de drogas. Aqui no Rio Grande do Sul, em parceria com o Instituto Fernando Pessoa, nossa entidade está engajada nesta importante missão. O programa fica à disposição das escolas e empresas que possuem convênio com o CIEE, sem qualquer custo para os participantes desse programa.

O mérito do trabalho do CIEE vai ainda mais longe: realizamos todo esse trabalho sem contar com qualquer recurso governamental. Trata-se, não há dúvida, de uma vitoriosa iniciativa de interesse público, de âmbito não-governamental, mas de uma entidade pioneira entre as que, atualmente, estão sendo chamadas de organizações sociais, essas que hoje são identificadas como pertencentes ao terceiro setor - assim conhecido aquele que é formado por entidades da sociedade civil de fins públicos e não-lucrativos.

Atuando como agente de integração, através de seu programa de estágios, o CIEE possibilita aos jovens estudantes gaúchos de nível médio e superior que ratifiquem sua escolha profissional e adquiram a experiência necessária para, ao final de seu curso, terem condições de enfrentar a concorrência no mercado de trabalho. Só no primeiro semestre deste ano, o CIEE colocou no mercado de trabalho, através de seu programa de estágios, mais de 50 mil estudantes, e desde a sua fundação, em abril de 1969 até julho de 2003, tornaram-se estagiários, através da atuação direta de nosso Centro de Integração, mais de 800 mil estudantes. Nesse mesmo período, foram concedidas mais de 4 milhões de bolsas-auxílio a esses estagiários. Não se pode perder de vista, no entanto, o papel educador e formador que exerce o Centro de Integração Empresa-Escola ao atuar como elo entre o mundo do saber e o mundo do fazer.

Assim sendo, acreditamos que, juntos: iniciativa privada, escolas, governo e CIEE, devem propor soluções para auxiliar esses jovens para que possam, em um futuro próximo, superar os momentos difíceis que as nações menos ricas atravessam. No momento em que o CIEE e que o mundo inteiro discute a questão do desemprego, o trabalho do CIEE cresce ainda mais em importância, até porque esse trabalho tem transformado os sonhos da equipe do CIEE em resultados concretos, pois não são sonhos de uma só pessoa, mas de muitas, e um sonho que se sonha juntos vira ideal, e o ideal, sabemos todos, é a mola que impulsiona o mundo desde que o mundo é mundo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Convidamos o Sr. Luiz Carlos Eymael a fazer parte da Mesa.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Em nome da Bancada do Partido Progressista, dos Vereadores Pedro Américo Leal, João Antonio Dib, Beto Moesch e em meu nome, desejo dar as boas-vindas ao Luiz Carlos Eymael, Superintendente do CIEE no Rio Grande do Sul, aos seus colegas, Conselheiros aqui presentes que nos honram com a sua vinda a esta Casa.

São impressionantes os números apresentados pelo CIEE: 50 mil estágios em um ano, 800 mil estágios desde a sua fundação, 4 milhões de bolsas-auxílio a esses estagiários. Parabéns, Luiz Carlos e a sua equipe, por esse trabalho generoso em prol dos estudantes e em prol do trabalho no Rio Grande do Sul. A Câmara de Vereadores tem muita honra em ter o convênio dos seus estagiários com o CIEE. Neste momento em que o desemprego atinge 17% em nossa Região Metropolitana, é importante destacar o Banco de Currículos e o programa Jovens Profissionais para recém-formados que essa entidade mantém, colaborando com o incentivo ao emprego em nossa Capital. Parabéns, sejam muito bem-vindos e que continuem com esse trabalho maravilhoso!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, quero saudar o Sr. Luiz Carlos Eymael, Superintendente-Executivo, os demais colegas do Luiz Carlos, o Cláudio Bins, que nós conhecemos bastante, quero, em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, elogiá-los, e dizer da importância do CIEE para que possa, principalmente, colocar essa juventude no mercado de trabalho, muitas vezes até solucionando casos familiares, quando não têm como pagar o estudo - é uma capacidade enorme de absorver essa população jovem e entusiasmá-la para o trabalho, para o futuro, isso é muito importante.

Portanto, queremos desejar a todos vocês, que fazem esse trabalho belíssimo de integração, fazendo com que os jovens comecem cedo a dar valor ao trabalho, independente dos estudos. Temos de entusiasmá-los para o estudo, mostrando o caminho para o trabalho, pois, futuramente, serão os grandes trabalhadores desta Pátria. Por isso a importância desse trabalho.

Parabenizo a todos vocês, em nome da Bancada, colocando-nos sempre à disposição bem como a Câmara Municipal. Obrigado pela presença.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, caro Superintendente-Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola do Rio Grande do Sul - CIEE/RS – Luiz Carlos Eymael, tamanha a responsabilidade que V. Sa. tem na direção desse Centro e tamanha a eficiência com que tem-se desenvolvido juntamente com os Conselheiros e com as pessoas que o auxiliam. Por esse motivo é que a Bancada do PPS, por intermédio da Ver.ª Clênia Maranhão, fez a solicitação desta Tribuna Popular, e, por essa razão, estão aqui os senhores a trazer esses números, e, mais do que isso, os projetos. O porquê da eficiência e da tradição todos nós já sabíamos. O importante é que novos projetos e que nova integração do CIEE com a sociedade estão sendo executados. Nesse sentido, a Bancada do Partido Popular Socialista, a qual represento, e também em nome da Ver.ª Clênia Maranhão - que hoje está em representação desta Casa, não podendo estar presente -, que nos solicitou que déssemos as boas-vindas, fizéssemos a recepção e disséssemos da proficiência, da experiência e da eficiência do Centro de Integração Empresa-Escola. Nesse sentido agradecemos e damos as boas-vindas aos senhores, e a Casa já reconhece isso, porque ela mesma já tem o convênio. Um grande abraço a todos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, é uma satisfação para nós, em nome do PSDB, saudarmos o Superintendente do CIEE, juntamente com seus Gerentes e Diretores aqui presentes. Quero lembrar que foi exatamente no ano em que presidimos esta Casa que o CIEE acabou vindo nos auxiliar em nossos convênios. Também quero dizer que realmente o CIEE, hoje, é motivo de orgulho para todos nós que, aqui no Rio Grande do Sul, vemos que está muito bem dirigido. O que nós vemos dentro do CIEE é exatamente aquilo que são as relações modernas que queremos ver, tendo a possibilidade de os jovens se engajarem, por meio de convênios, naquilo que a gente poderia chamar de o verdadeiro primeiro emprego, porque é a primeira oportunidade que o jovem tem de chegar até uma empresa, de poder prestar o seu trabalho a uma empresa, de conhecê-la e saber, realmente, como é o trabalho dentro de uma empresa, dentro de uma organização. E o CIEE auxilia o jovem nesses seus primeiros passos. Por isso que o CIEE, hoje, é uma empresa indispensável para que o jovem possa fazer essa integração. E o que nós vemos mais dentro do CIEE é que esse convênio abrange uma série de vantagens para os jovens, e que, parece-me que não ficaram muito bem claras, ainda, mas que precisam ser bem explicitadas: o jovem, dentro do CIEE, mesmo aquele que não tem o emprego, o estágio, mas aquele que está só esperando o estágio, tem direito a uma assistência à sua saúde - eu penso que esse trabalho que o CIEE presta é de inestimável importância para toda essa juventude. Cumprimentos ao Eymael, ao Bins e a todos os que fazem o CIEE do Rio Grande do Sul, que é, realmente, uma instituição de grande importância para a vida dos jovens e para a vida das empresas.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Darci Campani está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Caro Sr. Luiz Carlos Eymael, Superintendente-Executivo do CIEE, nós acompanhamos o convênio que há aqui na Casa, mas muito mais do que esse convênio, e, na condição de professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sabemos da importância do CIEE para que nossos alunos tenham acesso ao mercado. Essa comunicação que o CIEE faz entre a universidade e as empresas, tanto públicas como privadas, permite a garantia de um início profissional. Eu penso que não é o início da inserção no mercado de trabalho, mas que pelo menos nossos alunos tenham esse início, tenham a compreensão de como será a sua futura atividade profissional. Essa é uma atividade essencial que o CIEE desenvolve para o nosso ensino e pela complementaridade que a gente consegue ter nas nossas disciplinas e o trabalho que é permitido pelo brilhante empreendimento do CIEE/RS. Então, com isso, quero parabenizá-lo pelo seu trabalho, assim como a toda equipe do CIEE no nosso Estado. Espero que a gente consiga aprofundar mais ainda, enquanto Casa, enquanto universidade também, esse trabalho, para que os nossos jovens tenham a garantia de aprender, enquanto ainda estão estudando. Parabéns.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, a nossa saudação ao Sr. Luiz Carlos Eymael, a quem já havíamos cumprimentado, em nome de quem cumprimentamos a toda a equipe presente. Quero dizer que esse trabalho, já há 34 anos, do CIEE/RS, que foi fundado em 1969, é extremamente importante, pois permite não só o aperfeiçoamento dos estudantes, seja no curso universitário ou no 2º Grau, como também nas próprias empresas têm importantes retornos, porque absorvem tecnologia de ponta que, muitas vezes, na universidade está sendo repassada, e prepara futuros funcionários potenciais. Além do que, o CIEE/RS tem um trabalho de colocação, também, de trabalhadores, junto a esse trabalho dos estágios.

Eu queria dizer que, pessoalmente, quando eu era estudante de Engenharia, em 1970, já tínhamos contato com o CIEE/RS, para a colocação dos estudantes da universidade, e já era, recém no seu segundo ano, algo que os estudantes viam com muito interesse. E, pessoalmente, quando retornei da situação de exílio, da anistia – eu comentava, há pouco, ali, antes da Sessão - consegui, por intermédio do CIEE/RS, a colocação em uma empresa para trabalhar como técnico eletrônico. E aí tomei conhecimento – que eu desconhecia – que o meu pai, professor na universidade, foi uma das pessoas que contribuiu, desde o início, com esse trabalho do CIEE/RS.

Então, nós temos conhecimento, digamos, pessoal, da eficiência e da importância desse trabalho, e queremos desejar muitos anos profícuos de continuidade a esse trabalho do CIEE/RS - que interessa, evidentemente, às empresas, mas interessa à universidade, interessa aos estudantes, aos jovens que buscam uma colocação e um aperfeiçoamento pessoal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr. Luiz Carlos Eymael, Superintendente-Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola do Rio Grande do Sul – CIEE/RS - e demais integrantes dessa história que já vai para 34 anos. E toda a história que tem 34 anos e que não pára na sua seqüência, como nós temos observado, a atividade de vocês é essencial para a nossa sociedade, e, principalmente, para aquela parcela tão importante da formação de um povo, que é o adolescente. Então, é um prazer recebê-los aqui, em nome do PMDB, em nome do Ver. Sebastião Melo, e, em particular, em meu nome. Eu quero dizer da nossa alegria de reencontrá-los, aproveitando para cumprimentá-los pelas novas metas, programas e atividades que vocês colocam para o futuro, já dentro da prática daquilo que é tão necessário na organização do CIEE. Não precisa se falar muito de uma organização que funciona como a de vocês. Todos nós temos conhecimento, de perto, daquilo que realmente vocês fazem, e eu quero apenas cumprimentá-los e desejar que continuem com a mesma pegada forte que vocês têm, para que o CIEE continue cada vez mais forte e marcando esses - vamos brincar - gols fantásticos para a nossa juventude e para os nossos adolescentes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Sr. Luiz Carlos Eymael, Superintendente-Executivo do CIEE. Primeiramente, quero parabenizar o CIEE por esses 34 anos de atividades. É importante notarmos que, ao longo desses anos, outras entidades também começaram, no nosso País, a fazer funções idênticas ao CIEE e, mais recentemente, as universidades também estão fazendo papel idêntico. Há pouco tempo, inclusive, tivemos a possibilidade de fazer uma ação junto com o SESI e a FEEVALE, e ficamos sabendo que agora o SESI, novamente, fechou com o CIEE, a respeito de umas ações exclusivamente da FEEVALE.

Eu acho que nós temos de ter alguns cuidados com relação à questão dos estagiários, e está falando uma pessoa que trabalhou toda a vida no ensino universitário como Diretor de Faculdade e como Conselheiro Federal. A minha maior preocupação quanto ao estágio é que hoje a proliferação do uso indevido, muitas vezes, do estagiário está fazendo com que essa mão-de-obra seja ocupada indevidamente. A outra preocupação que eu tenho - e digo para os meus alunos na faculdade - é que o estagiário, empregado de hoje, é o futuro profissional desempregado de amanhã, porque eu já presenciei, algumas vezes, alunos não querendo se formar, porque perderiam o estágio. Então, entendo que o CIEE traz, de maneira própria, essa oportunidade, mas, ao mesmo tempo, entendemos que tem de haver uma regulamentação no nosso País, para rever a questão dos estagiários em todas as formas. De qualquer maneira, gostaria de parabenizar o CIEE pelo seu trabalho. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente desta Casa; Senhor Luiz Carlos Eymael, Superintendente-Executivo; e a representação do CIEE que se faz presente aqui nesta tarde. Temos no trabalho do CIEE em nossa Cidade, em nosso Estado, uma referência de um patrimônio de reconhecimento, um patrimônio de acervo, de conhecimento, de trabalho sério e responsável adquirido no curso desses anos em que o CIEE vem desempenhando o seu trabalho. Evidentemente, como toda atividade na área de recursos humanos, como em qualquer área de atividade humana, estamos permanentemente na busca de uma melhoria da qualidade da prestação de serviços, bem como procurando nos aperfeiçoar, mas é indiscutível que o CIEE, no curso dos anos em que vem atuando, vem representando, aqui no nosso Estado, especialmente em nossa Cidade, na Capital do nosso Estado, um papel extraordinário, desenvolvendo um trabalho que é de reconhecida utilidade pública e com tanta qualidade. Com tanta seriedade, nós podemos fazer afirmar que, hoje, se uma instituição como essa viesse a retirar o seu trabalho, nós encontraríamos, mesmo com a facilidade de estágio, uma enorme dificuldade de desenvolver um trabalho construído no curso desses anos pelo CIEE, que pudesse ser realizado por uma outra instituição afim. Ela ocupou o espaço existente nessa área de mercado e, indiscutivelmente, temos de reconhecer o enorme patrimônio que ela representa para todos nós.

Portanto, em nome do PDT, em nome da nossa Bancada, queremos fazer, nesta oportunidade, uma saudação especial, quando do uso da Tribuna Popular, nesta Casa, à direção do CIEE. Parabéns.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, lamento não ter ouvido a exposição do Sr. Luiz Carlos Eymael, Superintendente-Executivo do nosso CIEE do Rio Grande do Sul. Quero-me associar às manifestações de outras Bancadas com assento na Casa, e o faço, até julgando-me um pouco suspeito, porque tenho uma admiração pessoal muito grande pelo Superintendente-Executivo do órgão, seus companheiros de Diretoria, já que são meus colegas rotarianos, com os quais eu tenho privado com grande intensidade.

Não desconheço a eficiência do trabalho realizado. Ao ensejo dos 30 anos do CIEE, louvamos, aqui na Casa, com a realização de uma Sessão Solene com esse objetivo, e percebo que, com o passar do tempo, consolida-se o trabalho pioneiro feito aqui no Estado e que já forma tradição e se estabelece de forma definitiva.

Eu aproveito a oportunidade para renovar o meu carinho e o meu apreço aos dirigentes do CIEE, cumprimentá-los pela continuação de um belo serviço que realizam na cidade de Porto Alegre, integrando jovens acadêmicos na vida da sociedade, criando condições objetivas, para que eles saiam da faculdade com a prática que, certamente, é validada nas suas futuras atuações profissionais; e, sobretudo, o que é mais importante, contribuindo para que a realização dos estudos desses jovens seja amenizada até mesmo nos seus custos financeiros.

Meus cumprimentos, e a certeza de que, nesta Casa, eu não sou o único admirador do CIEE; toda a Casa tem uma admiração muito grande pelo Centro de Integração Empresa-Escola, pelo seu trabalho, pela sua ação e, sobretudo, pela coerência com que vem, ano após ano, realizando as suas atividades. Meus parabéns.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Assim, nós vamos encerrando esta Tribuna Popular em que o CIEE do Rio Grande do Sul trouxe ao conhecimento desta Casa algumas das suas realizações.

Eu tenho a absoluta convicção, Dr. Luiz Carlos Eymael, de que muitos dos homens públicos que aí estão, hoje, só chegaram a essas posições, porque passaram pelo CIEE, obtiveram recursos para financiar os seus estudos e, depois, estavam preparados para percorrer uma árdua jornada, que é a busca de trabalho. Muita gente da nossa sociedade deve muito a vocês. Espero que continuem fazendo um trabalho tão bom e que a sociedade conheça muito melhor o trabalho que é realizado pelo CIEE.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h51min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 14h52min): Estão reabertos os trabalhos.

A Ver.ª Margarete Moraes solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Ver.ª Margarete Moraes e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Sr. Presidente, nós temos um abaixo-assinado, aqui, de Pedido de Audiência com o Presidente da República, o Sr. Lula. Nós já temos a maioria das assinaturas e, em nome do Grupo da VARIG, estamos solicitando que esta Casa envie, então, este Pedido de Audiência, juntando-se com as demais Câmaras, Assembléias e o Senado.

               

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador Haroldo de Souza, a Mesa também assinou o documento e fará com que seja redigido Ofício, encaminhando-o ao Presidente da República, no mesmo momento.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O período de Comunicações, no dia de hoje, é destinado a assinalar o transcurso do 15º Aniversário do Sindicato dos Contadores do Rio Grande do Sul, o SINDICONTA, nos termos do Requerimento n.º 136/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel.

Convidamos para fazer parte da Mesa o Dr. Salésio Dagostim, Presidente da Confederação Nacional dos Contadores; o Dr. Enori Spinelli, Presidente do Conselho Regional de Contabilidade; o Dr. Antônio Luiz Bohnert, Presidente do Sindicato dos Contadores do Rio Grande do Sul - SINDICONTA; e o Dr. José João Appel Mattos, Presidente da Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul. Saudamos o Ver. João Carlos Nedel, proponente desta homenagem, a quem, de imediato, passamos a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Gostaria de informar à Mesa que o orador oficial da solenidade, Ver. João Carlos Nedel, também recebe do PFL a incumbência de representá-lo nesta homenagem.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações. Falará como proponente e em nome do seu Partido, o PP, e do PFL.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O que é um contador? Pesquisa recente feita pela Universidade de São Paulo mostrou que, para a maioria das pessoas, as funções do contador seriam "apurar impostos", "fazer imposto de renda", "atender à fiscalização" e coisas assemelhadas.

Mesmo em documentos emitidos por Faculdades, via Internet, para divulgarem seus cursos de Ciências Contábeis, constatei que, em boa parte, o texto leva a pensar no contador como um burocrata. Ainda não mudou de todo a imagem pública do passado, em que os contadores estavam longe do centro de decisões, não participavam no processo decisório e funcionavam apenas como equipe de apoio, geralmente só sendo informados das decisões depois de tomadas. Nada mais distante da realidade de hoje, quando um número cada vez maior de contadores exerce função gerencial, despendendo a maior parte de seu tempo como consultores internos ou analistas de negócios dentro de suas empresas. Hoje os avanços tecnológicos permitiram que o contador saísse do isolamento departamental para trabalhar dentro dos departamentos operacionais, ativamente envolvidos nos processos decisórios.

Além de gerenciador de informações, de orientador, assessor e consultor do empresariado, o contador tornou-se fundamental para a tomada de decisão. Ele é um dos principais agentes protagonistas no cenário da administração empresarial no Brasil, participando na elaboração e interpretação de leis tributárias e societárias, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, e nas alterações da Lei das Sociedades Anônimas. Mas em todo o tempo o que permanece de imutável na figura do contador é a sua necessária vocação para a verdade indesmentível dos números, a observância da complexidade da lei e a correção dos caminhos trilhados.

Fiz essas referências, Senhor Presidente, para reforçar as razões pelas quais solicitei a realização deste ato, em homenagem ao Dia do Contador e ao décimo quinto aniversário de fundação do Sindicato dos Contadores do Estado do Rio Grande do Sul.

Contador que sou, pretendo, e quero, por isso, dar relevo a esta profissão ainda hoje mal compreendida, mas cuja importância não pode deixar de ser ressaltada. Paralelamente, desejo destacar os 15 anos de fundação do Sindicato dos Contadores do Rio Grande do Sul, o SINDICONTA, o primeiro sindicato constituído de acordo com a nova ordem constitucional no Brasil, em 05 de outubro de 1988. Desde sua fundação, o SINDICONTA tem sabido ser, como de direito é, o representante autêntico dos contadores, ouvindo a classe e lutando por seus direitos, com garra, denodo e idealismo.

Pois eu quero agora fazer uma sugestão aos colegas contadores, no sentido de que tenham maior participação na atividade política. Uma das principais funções do Legislativo é fiscalizar a atividade do Executivo, examinando-lhe as contas, interferindo no Orçamento, através de Emendas, e aprovando-o ou não, para depois cobrar-lhe a correta aplicação dos recursos públicos. Quem melhor do que o contador, por sua formação específica e por sua índole profissional, para desempenhar esse papel? Fica aqui, portanto, o meu convite aos contadores para que sejam candidatos e busquem a eleição, acrescentando mais este importante valor aos tantos que já caracterizam nossa classe.

Cumprimento efusivamente aos contadores, pela passagem do dia que lhes é dedicado, e ao SINDICONTA, pelo seu 15º aniversário. E finalizo registrando o meu desejo de que a profissão se torne cada vez mais reconhecida, mais necessária, mais eficaz e mais nobre. Meus parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu acho que há muito tempo era necessária uma integração maior entre este Legislativo Municipal e o Sindicato dos Contadores do Estado do Rio Grande do Sul, como instituição e representação dos contadores do Estado do Rio Grande do Sul.

Eu penso que o Ver. João Carlos Nedel, cuja origem profissional é justamente de ser um contador, teve uma iniciativa extremamente oportuna. E a ocasião que proporcionou esta homenagem foi justamente o aniversário dessa Instituição.

Temos um enorme trabalho a ser realizado, em parceria entre este Legislativo Municipal e o Sindicato dos Contadores. E de uma forma muito importante, porque já se ofereceu a oportunidade em algumas ocasiões. O Presidente do Sindicato sabe que já se colocou, em inúmeras oportunidades, à disposição. Nós nos defrontamos diariamente, em inúmeros momentos, Ver. Carlos Alberto Garcia, que me solicitou que falasse também em nome do seu Partido, o Partido Socialista Brasileiro, com problemas em que é fundamental a audiência dos contadores. Não é a do economista, porque quem conhece, o âmago, os meandros dos caminhos da hoje complexa Lei da Responsabilidade Fiscal na órbita pública é o contador; quem conhece os meandros da estrutura da Contabilidade junto a personalidades jurídicas de Direito Privado é, sobretudo, o contador. Hoje não é possível mais, Ver. Pedro Américo Leal, falar-se em exercício da Advocacia sem que o advogado tenha alguns conhecimentos básicos de contabilidade - mas são atividades distintas -, sem a necessária assessoria, a participação e a presença do contador.

A tecnologia nos facilitou enormemente. Hoje o contador não é mais o guarda-livros do vetusto Código Comercial de 1850. Não, hoje suas ferramentas não são mais “aquele negócio” da cópia de gelatina; isso já está no museu da história da Contabilidade. Hoje se opera – e alguns colegas contadores sorriem – com a Informática, com o processamento de dados. Quanto muda, Sr. Presidente da Junta Comercial, quanto muda diariamente esse processo da tecnologia?

Quando eu me formei em Direito – vou encerrar, Sr. Presidente, não vou me alongar -, meu sonho para datilografia era ter uma IBM de rolamento de esferas, aquilo era o mais avançado e sofisticado equipamento que o profissional podia ter para redigir suas petições, o que hoje está completamente superado. Hoje as petições, os arrazoados, assim como os balancetes, os balanços, todo esse material também do contador saem como uma verdadeira impressão, como se um livro fosse e com cuidados muito maiores, em que a fraude se torna cada vez mais impossível nessas sofisticadas tecnologias que são empregadas.

Portanto, eu só quero encerrar, Sr. Presidente, primeiro saudando a iniciativa do Ver. João Carlos Nedel e, a partir dessa iniciativa, nós todos como instituição e juntos ao Sindicato dos Contadores temos de buscar uma parceria, um entrosamento e uma integração bem maior, porque são inúmeros os momentos em que nós nos defrontamos com a nossa ação fiscalizadora em que nós nos encontramos “a ver navios”, sem compreender os complexos escaninhos das dificuldades dos números que nos são apontados. Agora mesmo, só para encerrar Sr. Presidente, nós temos uma extraordinária ferramenta em nossas mãos: nós temos a senha, por força de um Projeto de Lei do Ver. Sebastião Melo, para acessar os números da Contabilidade da Prefeitura; mas, sem a assessoria dos senhores, nós não conseguimos fazer absolutamente nada, porque é complexa a matéria. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há mais Vereadores inscritos. A data é extremamente importante: é o Dia do Contador e os 15 anos do Sindicato dos Contabilistas. A Câmara, nessa última semana, viveu alguns momentos de dificuldade, se não fossem os dados contábeis dos contadores eficientes da Câmara, nós teríamos alguns problemas mais sérios na nossa suplementação. Mas a contabilidade estava aí, o contador estava aí; agora, a Câmara tem contadores; então nós ficamos muito tranqüilos, porque podemos sustentar os nossos pontos de vista em relação ao Executivo, se não fossem os contadores nós ficaríamos “a ver navios”, provavelmente.

Por ser dupla a homenagem, dois contadores farão o uso da palavra. Em primeiro lugar o Dr. Enori Spinelli, Presidente do Conselho Regional de Contabilidade.

O Sr. Enori Spinelli está com a palavra.

 

O SR. ENORI SPINELLI: Gostaria de cumprimentar o Ver. João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, em nome do qual gostaria de cumprimentar todos os Srs. Vereadores; gostaria de cumprimentar o Sr. Antônio Luiz Bohnert, Presidente do SINDICONTA, pelos 15 anos da entidade; cumprimentar o contador José João Appel Mattos, Presidente da Junta Comercial e o colega contador Salésio Dagostim.

Srs. Vereadores, a contabilidade, como um instrumento de gestão pública e privada, em todos os segmentos onde há prestação de contas, é de fundamental importância, mas nós todos sabemos que a contabilidade, ainda, no Brasil, não é vista como tal. Geralmente, o seu profissional e a contabilidade são vistos como um instrumento mais de prestações de contas para a área tributária do que, especificamente, no campo das empresas ou das entidades públicas. E, mais recentemente, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, cada vez mais as entidades públicas, Sr. Presidente, estão-se dando conta de que há uma necessidade da contabilidade, porque é por intermédio dela que nós vamos ter a certeza, ter a convicção, de que efetivamente as contas estão corretas. E se a sociedade brasileira soubesse o quanto é importante a contabilidade para essas prestações de contas, certamente a veria de outra forma. E essa mudança de cultura na sociedade brasileira cabe a todos nós; nós dirigentes de entidades de classe, da contabilidade, e aos senhores como representantes do Poder Público e da sociedade; nós temos de trabalhar de uma forma coesa, muito forte para que nós consigamos, efetivamente, demonstrar para a sociedade a verdade das contas, a prestação de contas, a origem e a destinação dos recursos, como eles foram aplicados, porque aí, certamente, nós vamos ter um Brasil mais justo, uma sociedade mais justa, de menos diferenças sociais e de maior credibilidade. E é o que nós, efetivamente, precisamos neste País: credibilidade, transparência e ética.

Gostaria de cumprimentar esta Casa pelo espaço, pela homenagem; cumprimentar todos os colegas que estão presentes, porque, realmente, a classe contábil está cada vez mais presente na sociedade brasileira, e a sociedade brasileira precisa entender o quanto a contabilidade é importante para a própria sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Sr. Antônio Luiz Bohnert, Presidente do SINDICONTA, está com a palavra.

 

O SR. ANTÔNIO LUIZ BOHNERT: Exmo. Sr. João Dib, Presidente da Câmara Municipal de Vereadores; Vereador-contador João Carlos Nedel; contador Isaac Ainhorn; e, ao nominá-los, quero homenagear todos os demais Vereadores; Enori Spinelli, Salésio Dagostim e o José João Appel Mattos, ao homenageá-los como contadores, quero homenagear também os nossos demais contadores aqui presentes, para dizer-lhes que, quando um dos três Poderes Políticos, o mais importante deles, o mais democrático, que é o Legislativo, presta uma homenagem aos contadores, como esta que estamos prestando hoje, nós temos que nos encher de orgulho e satisfação e, sem falsa modéstia, podemos dizer em alto e bom som, que nós, contadores, merecemos tal homenagem.

Nesta magna data, o SINDICONTA jubila-se com seus profissionais e enaltece-os, lembrando a todos os segmentos sociais e profissionais que é o contador, nas suas mais variadas especializações, que propicia o conhecimento da saúde econômica e financeira de todos os segmentos sociais da sociedade.

No próximo dia 5 de outubro, mesma data da promulgação da Constituição Cidadã do Brasil, foi fundado, aqui, em Porto Alegre, o Sindicato dos Contadores do Estado do Rio Grande do Sul. E, nos festejos dessa data, no dia 3 de outubro, em nossa sede social, faremos uma singela homenagem a alguns daqueles contadores que, no passado, labutaram para termos nossa entidade. Foram eles que construíram as bases sólidas do que é hoje o Sindicado dos Contadores. E é em respeito a esse trabalho realizado no passado que nós, atuais dirigentes, temos a obrigação de aprimorar e deixar para os nossos sucessores uma entidade melhor do que aquela que recebemos.

Esta é a nossa obrigação sindical: lutar sempre pelos interesses dos contadores.

São 15 anos apenas, mas de árduas batalhas, algumas derrotas, mas muitas vitórias que engrandeceram e valorizaram os contadores. Vitórias que ecoam por todos os lados neste País.

Muito obrigado, Legisladores de Porto Alegre, por esta singela homenagem. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Assim, encerramos uma homenagem justa, merecida para aqueles que viabilizam as contas, tanto da empresa privada, quanto da área pública. Não fossem os contadores, teríamos dificuldades cada vez maiores.

Os computadores, a cada dia, são melhores, mas os contadores continuam indispensáveis.

Agradecemos as presenças do Dr. Salésio Dagostim, Presidente da Confederação Nacional dos Contadores; Dr. Enori Spinelli, Presidente do Conselho Regional de Contabilidade; Dr. Antonio Luiz Bohnert, Presidente do Sindicato dos Contadores do Rio Grande do Sul – SINDICONTA; Dr. José João Appel Mattos, Presidente da Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul.

Suspendemos os trabalhos por 2 minutos, para que possamos apresentar as despedidas aos nossos homenageados no dia de hoje.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h18min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 15h20min): Estão reabertos os trabalhos.

A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, o assunto que faço questão de trazer à tribuna, no dia de hoje, é um assunto bastante polêmico, já fez parte de outros períodos utilizados por mim.

Não poderia deixar de trazê-lo, novamente, tendo em vista que, apesar de todas as nossas falas, de todas as nossas vozes, parece que o Secretário de Segurança do Estado ainda não quer ouvir. Mas, mesmo que não queira, nós estaremos aqui, quotidianamente, reiterando e expressando essas questões, porque são muito sérias, principalmente os fatos que aconteceram nos últimos dias, nos últimos meses; sem contar a abordagem inadequada da polícia aqui no Centro da Cidade, na Cidade Baixa, com uma mulher negra, que esteve fazendo depoimento na Comissão de Direitos Humanos; sem contar aquela mulher vítima de abuso sexual cometido pelos policiais da 22ª Delegacia; sem falar da adolescente de 14 anos, do Município de Mata, na Região Central do Estado, quando dois policiais militares a teriam violentado no interior do quartel da BM.

Ainda bem que as nossas vozes não são as únicas; ainda bem que nós temos, por meio da imprensa, também vozes que estão aí a denunciar.

Eu passo a ler a crônica da Rosane de Oliveira, que é muito interessante, de domingo passado, dia 14 de setembro, publicada no jornal Zero Hora. Ela faz um relato das situações, as quais já abordei rapidamente aqui, e tantas outras que têm acontecido na área da segurança, como seqüestro-relâmpago, ladrão de carro, enfim uma série de outras denúncias, dizendo o seguinte:  (Lê.)“O pior de todos os medos. Mas há um novo medo e mais terrível, que atinge principalmente as mulheres, por conta de dois episódios recentes: o medo da Polícia em quem se deveria confiar. São casos isolados, mas tão chocantes que acabam prejudicando a imagem de policiais civis e militares honestos, maioria nas duas corporações... É o pior de todos os medos, porque a polícia, civil ou militar que deveria ser o porto seguro de uma sociedade apavorada... Deveríamos aplaudir quando somos parados em uma blitz, porque seria o indício de uma polícia atuante, tentando coibir o tráfico de drogas, roubo de carro e o seqüestro. Mas não pode pairar sobre o cidadão o medo de ser molestado. Ainda que sejam casos isolados, o Governo precisa agir para impedir que se alastre o medo da polícia. Em respeito aos bons policiais, que acabam tendo sua imagem maculada, a apuração das denúncias e a punição dos culpados não podem ser negligenciados".

Eu trago esse relato e essa denúncia dessa crônica, porque nós temos um Requerimento, de autoria do companheiro Ver. Carlos Pestana, da nossa Bancada, Ver. Wilton Araújo, que pede uma Comissão Especial para esta Casa, para que se possa trabalhar em cima de casos concretos como esses, e que se possa estar levando para a Secretaria de Segurança mais do que um apelo, a necessidade, a solicitação de uma atuação pontual, principalmente em cima desses casos. Até agora a Secretaria não nos deu retorno sobre o que aconteceu com esses policiais. Foram simplesmente afastados? Como é que essas mulheres estão vivendo no seu quotidiano agora? E como é que nós, mulheres, podemos confiar na Polícia, depois de casos como esses? É necessária, sim, uma discussão forte nesta Casa. É necessário que nós, como Vereadores e Vereadoras, possamos estar trabalhando junto a essa Comissão, possamos estar levantando essas questões para a população, e, mais do que nunca, possamos, como mulheres, não ter esse medo tão terrível que está nos assolando, que é o medo, o medo, o medo de tudo isso que está acontecendo, principalmente o medo da polícia.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, também quero aqui cumprimentar a Associação dos Funcionários da VARIG, que sempre está nos prestigiando. Sejam bem-vindos a esta Casa.

Mas, falando em medo, Ver.ª Maria Celeste, vamos continuar falando dos nossos medos, até porque há os medos explícitos e há os medos velados. Acho que isso foi muito bem ponderado aqui pela companheira. Eu queria tecer comentários sobre a questão dos transgênicos. Como todos nós sabemos, esse é um tema que está em pauta em todo o País, não apenas no Brasil, mas em nível internacional. Nós sabemos que ainda não está liberado, mas existem vários fatores, uma articulação, na prática, que leva a uma determinada situação. Apesar de muitos governantes, como no caso do Governador Rigotto, dizerem cumprir a lei, assim como existem algumas pessoas do meu Partido que tencionam a liberação. No caso específico do Governador Rigotto, sabemos que existe um comprometimento desde a sua eleição para que o plantio não apenas da safra anterior, mas agora, sob o argumento de que muitos estão condicionando a sua sobrevivência, inclusive a subsistência da economia da agricultura gaúcha a essa liberação. O nosso Presidente Lula prometeu uma decisão sobre a liberação do plantio dos transgênicos. Mas vale lembrar os prejuízos sociais, ambientais e humanos que a transgenia ocasiona à população, aos seres vivos.

A bactéria transgênica cria uma toxina mortal, o que já matou 35 pessoas, o que já foi comprovado, e aleijou mais de mil e quinhentas pessoas nos Estados Unidos. O problema de alergia: uma safra de milho modificada foi comercializada, em 1998, nos Estados Unidos, sem autorização, a qual, mesmo misturada nos armazéns, causou graves reações alérgicas na população, com cerca de 40% do milho contaminado.

Muitos cultivos transgênicos possuem genes de resistência antibiótica, o que transfere resistência aos antibióticos usados pelos nossos doentes. Podem, ainda, modificar o metabolismo humano, retardando o seu crescimento.

Há, também, nos Estados Unidos casos de câncer de cólon e de estômago; mesmo por meio do pólen da lavoura modificada o meio ambiente ou outra lavoura próxima podem ser contaminados.

Enfim, são diversas as hipóteses de problemas de saúde que ocorrem ou podem ocorrer com o uso dos transgênicos. O que é absurdo é brincar com a saúde humana, porque aqui nós não estamos dizendo que somos contra a pesquisa, mas a pesquisa hoje deliberada e definida está na mão da iniciativa privada e quase na sua totalidade pela multinacional chamada Monsanto.

Se a semente é patrimônio da humanidade, hoje, ela está sendo monopolizada. Antes, o nosso pequeno agricultor era expulso do campo para a cidade, e hoje, mesmo os que estão lá, estão condicionados às indústrias multinacionais dessa esfera.

O que está em jogo, na verdade, Ver. Pedro Américo Leal e Ver. Wilton Araújo, que me escutam atentamente? O modelo de agricultura: com os transgênicos as multinacionais vão ter o controle de toda a cadeia de produção alimentar, impondo a agricultura química, patenteando o que é um patrimônio de todos.

Direitos do consumidor: o consumidor tem direito de saber o que está consumindo. Infelizmente, o Projeto de minha autoria, que foi o primeiro do Brasil, hoje está com uma ADIn, uma ação direta de inconstitucionalidade, não podendo ser praticado aqui em Porto Alegre.

Para terminar, Sr. Presidente, o risco de saúde por que nós estamos passando: onde há bactérias e vírus que ninguém conhece, significam um risco à saúde.

Principais diferenças entre os modelos: as sementes são patenteadas, há o monopólio do poder do dinheiro; os transgênicos são um modelo de cultura agroquímica, já a produção agroecológica popular, beneficiam diretamente os pequenos e médios agricultores, utilizando sementes naturais.

Então, eu acho que é um tema importante, nós não podemos também nos fechar às pesquisas, mas nós temos um problema maior, inclusive, que é a questão da contaminação do solo e subsolo, e isso significa a questão da sobrevivência do próprio planeta. Muito obrigada pela tolerância, Sr. Presidente.

 

(Revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal, meus prezados e diletos colegas Vereadores, não costumo vir à tribuna portando um jornal, mas hoje sou surpreendido com uma notícia: “O uso ilegal de avião deixa inelegível o Ministro Adauto”. Um Ministro da República está sendo processado, porque usou o avião da Assembléia Legislativa! Vou repetir aqui: ele usou o avião da Assembléia Legislativa, quando era Presidente, há três anos, em campanha política. Ora, a Assembléia Legislativa de Minas Gerais tem um avião! Eu não sabia que tinha um avião! Não é só o Governo de Minas Gerais que tem avião, a Assembléia Legislativa tem avião.

E o que têm os Vereadores de Porto Alegre? Nada! Não têm carro, não têm motorista, se desejam fiscalizar, entre aspas, uma obra, ou ir a uma iniciativa que tenham tomado - adredemente eles tenham eleito iniciativa para fiscalizar - não têm como ir! Como é que o Vereador vai fazer? Respondam-me! O Vereador não pode dirigir, saltar, fiscalizar, voltar o carro e ir a destino, pois o trânsito atrás não permite! Serão buzinaços e buzinaços, é capaz, até, de ser enquadrado pela EPTC, os famosos “azuizinhos”. Ora, nós temos que parar de viver nessa penúria! O Estado do Rio Grande do Sul é um Estado rico! Diante dos outros Estados do Brasil, é um Estado rico! Tem uma arrecadação polpuda, se não é polpuda agora, é por motivo de governos anteriores, mas tem pujança, o Município é rico! Mas como é que nós vivemos esta miséria? Por que queremos? Eu acho que só por que nos conformamos! Acho que fui eu... Uma das poucas Emendas que fiz, dentro do Orçamento, foi para elevar a nossa taxa... O Presidente, Ver. João Antonio Dib que me socorra, ele que é meu consultor para assuntos financeiros – sempre o foi, durante 12 anos, não vai poder deixar de me socorrer agora. Se eu não me engano, eu passei de 4 para 5 o coeficiente, a nossa arrecadação...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não, os gastos da Câmara Municipal são da ordem de 5% das receitas da Prefeitura, é o máximo...

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Muito bem, e fui eu que fiz essa Emenda.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Mas é constitucional, agora. Na LDO nós tínhamos 4%.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Mas foi por iniciativa minha! A única que fiz! Por que é incrível a miséria com que vivemos! Vejam os gabinetes, vejam esta Casa improvisada por Alceu Collares! E ainda bem que foi improvisada pelo meu querido amigo, agora Deputado Federal, Alceu Collares. Esta miséria tem de acabar! O povo do Rio Grande do Sul tem de saber como vivem os Vereadores.

 

O Sr. Wilton Araújo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, como participante da Administração, como Secretário de Obras da Administração do então Prefeito Collares, e tendo participado na provisória conclusão deste prédio, concordo plenamente com V. Excelência. Mais ainda, eu acho que nós não podemos, o Legislativo não pode cair no erro do falso “franciscanismo”, na medida em que, com pouco dinheiro e com poucos recursos, não pode efetuar as tarefas melhores, não pode ter a melhor assessoria, não pode ter o melhor deslocamento, enfim, e com isso só fortalece o Executivo, que tem todos os 96% do Orçamento ao seu dispor, para impor a sua vontade.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Evidentemente. E V. Exa. sabe quem foi que, no Brasil, deu a sugestão e fez uma resolução de mesa para que pudessem ser aumentados os cargos e efetivos?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Conclua, por favor, Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Fui eu! Quer dizer, essa miséria com a qual não me conformo – sou um homem que veio do quartel e nunca vi coisa igual! Porque num quartel se recebe missão, mas lhe fornecem meios. Aqui não...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Conclua, por favor, Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Pede-se uma viatura aqui para se deslocar para um ponto da Cidade para fazer uma inspeção e é um alarde! Isso tem de acabar! Estou aqui para fazer duas colocações. V. Exa. foi proceder a inauguração daquela “marina”, que criei, naquele dia de sábado, a marina Ermundo Soares. Um dia convulsionado, havia uma parada militar, e fui com o meu carro! Hoje fui à Prefeitura representar o Presidente, fui com o meu carro! Mas, povo de Porto Alegre, veja o que está ocorrendo com a Câmara de Vereadores!

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Por favor, Vereador, conclua.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Concluo. Hoje já estive com o Prefeito e apresentei, junto com o Ver. Marcelo Danéris, uma solicitação para que olhe um pouco mais para a Câmara! Obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o que traz à tribuna o Partido Socialista no dia de hoje é exatamente a festa, não a Festa Farroupilha, nem tampouco a festa patrocinada pelo Ver. Pedro Américo Leal, da marina, mas uma festa patrocinada pelo Executivo Municipal, que, segundo as informações da imprensa, retoma as obras do viaduto da Av. Carlos Gomes com a Nilo Peçanha, e por isso está fazendo festa. Festa de inauguração, diz aqui o jornal. Só na barbaridade – para usar um termo mais gauchesco –, na barbaridade de vermos interrompida, por longo período de tempo, uma obra fundamental para a Cidade, por ineficiência, inexperiência – não sei se dá para chamar de inexperiência, porque, como estão há quase 15 anos no poder, não pode ser inexperiência, mas, certamente, ineficiência -, resultou parada a obra desse viaduto. E, aí, para colocar a culpa em alguém, Ver. Reginaldo Pujol, o Secretário de Obras do Município, Ver. Guilherme Barbosa, colocou a culpa no engenheiro, no colega engenheiro Ver. Darci Campani, que levou a culpa, porque a obra havia parado. Diz o Vereador-Secretário Guilherme Barbosa que o engenheiro Wolney Moreira da Costa apresentou um projeto errado, equivocado, mas a Prefeitura, por intermédio de sua Secretaria, recebeu e pagou pelo projeto. E depois de todo o processo de licitação, confecção, recebimento e pagamento do projeto, resolveu achar que estava errado o projeto, e, por isso, parou a obra.

Isso tem muitas nuanças. A primeira delas é a ineficiência da Prefeitura em conseguir manter as obras em dia no Município de Porto Alegre, pois vem recebendo dinheiro do Banco Mundial, de todas as fontes internacionais, para a realização da 3ª Perimetral. Não conseguem manter em dia; primeiro ponto.

Segundo ponto: quando se vê apertada, joga a culpa num profissional. Primeiro: isso eticamente é reprovável; segundo, não é verdade. Não é verdade, porque no texto o Eng.º Wolney Moreira da Costa revela muitas coisas e se dispõe a revelar muitas outras informações sobre essa licitação e outras licitações. E mais ainda, revela no texto da sua entrevista que, por duas vezes, ficou calado, porque temia represálias da Prefeitura Municipal. Por duas vezes, ficou calado, porque temia represálias no sentido de não ser mais contratado pela Prefeitura! E isso nos remete a um problema muito maior: ele revela que existe uma espécie de código de silêncio entre os empreiteiros e entre aqueles que comumente licitam obras da Prefeitura. E que há esse pacto do silêncio pelo receio de serem alijados das próximas obras! Maior é o problema, quando nós descobrimos que licitações podem ser manipuladas, senão não haveria o medo! Se nós não tivéssemos essa preocupação, por que ter medo de não ganhar mais uma licitação? Como o dedo do órgão público pode ser tão forte para impedir, em uma licitação pública, que o profissional A ou B ou a empresa A ou B não ganhe mais? Que explicação se dá para isso, Bancada governista? De que forma pode o poder e o dedo, a mão forte da Administração impedir que profissionais legitimamente inscritos não ganhem, não tenham mais a possibilidade de trabalhar para o Município?

Então, diante desses fatos e diante dessas declarações, há que a Casa tomar providências, há que a Casa se debruçar sobre o assunto, trazendo o engenheiro Wolney, que quer trazer mais informações para a Casa, trazendo o Secretário de Obras, que deve vir explicar, sim, senhor. E aceitamos sugestões da Casa, encaminhamos ao Presidente da Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação requerimento nesse sentido, solicitação acolhida pelo Presidente, que está determinando uma data próxima para que esse encontro aconteça.

Então, muitas questões estão no ar, das quais a Casa precisa tomar conhecimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa, demais Vereadoras, Vereadores e todos os que nos acompanham aqui, bem como de suas casas, queríamos, neste período de Comunicações, trazer um assunto grave e que, me parece, passou despercebido para boa parte desta Casa e da cidadania. Trata-se do assassinato, no último dia 12, de oito trabalhadores rurais, na Fazenda Primavera, em São Félix do Xingu, no sul do Pará, por pistoleiros, jagunços, contratados por interesses econômicos poderosos - foram assassinados com um tiro na cabeça -, e com o objetivo de se adonarem do mogno, uma madeira da Amazônia, rara, preciosa, para, depois, venderem as terras. Se fosse um fazendeiro, Ver. Carlos Pestana, num choque com um sem-terra que tivesse sido morto, todas as redes de televisão deste País, Ver. Wilton Araújo, todas as rádios, todos os jornais estampariam na primeira página, mas foram apenas oito trabalhadores rurais, e aí, não é notícia, não há problema, porque os pobres não contam neste País dos poderosos. Mas o que é mais grave? Só neste ano, Ver. Carlos Pestana, já são 53 trabalhadores rurais assassinados, e, só no sul do Pará, são 31 trabalhadores. Mas não existe para a opinião pública, não existe para os zelosos pela lei neste País. De 1971 a 2002, Ver. Juberlei Bacelo, são 726 trabalhadores rurais assassinados. No período de 1971 a 1985, Ver. Cláudio Sebenelo - que é parceiro na luta para que superemos esse problema -, são 340 trabalhadores assassinados em quatorze anos e, nos últimos quatro anos, de 1986 a 2000, 386 assassinados. É uma verdadeira guerra civil que existe no campo brasileiro, mas contra os trabalhadores rurais. Dos mandantes - fazendeiros, latifundiários, jagunços -, menos de cinco foram condenados. A impunidade campeia. E poderíamos falar de outros extermínios, como Eldorado dos Carajás, como Candelária, como Carandiru, como Corumbiara como a Favela Nadal, sempre pobres, sempre favelados ou trabalhadores rurais assassinados. Para esses não há espaço na televisão, no jornal nem a denúncia. Isso se dá num contexto de violência e de extermínio nas cidades brasileiras.

Os dados que temos: só em 2000, mortos pela Polícia Militar em São Paulo, nas favelas, 524; mortos no Rio de Janeiro, nas favelas, 248; na Bahia, 88. Segundo a Anistia Internacional, só no primeiro semestre deste ano - concluo meu Presidente - 621 mortos no Rio de Janeiro.

Impõe-se, evidentemente, que ponhamos fim a esse massacre dos pobres no nosso Brasil, a esse massacre de trabalhadores rurais. E o único caminho é a realização de uma Reforma Agrária e a realização de transformações sociais que enfrentem a causa dessa violência do Estado, a violência dos poderosos contra os trabalhadores rurais e contra os trabalhadores da cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, passada a justa euforia dos festejos da Semana Farroupilha, retomamos, hoje, a realidade do cotidiano da cidade de Porto Alegre.

O Ver. Wilton Araújo flagra, com muita propriedade, fatos absolutamente presentes no nosso dia-a-dia, que são a festejada e proclamada retomada da obra do viaduto da Av. Nilo Peçanha - hoje festivamente retomada - e as declarações públicas do Sr. Secretário de Obras a respeito desse despropositado atraso que a obra já apresenta, pois já transcorreu mais do que o dobro do tempo em que ela deveria ter sido concluída.

Essa obra, Ver. João Dib, é malfadada. O Secretário - disse bem o Ver. Wilton Araújo - tenta justificar esse atraso com dois fatos: a quebra, a insolvência da empresa ESBEL, inicialmente contratada, cujo titular veio a falecer nesse meio tempo - e não falta gente em Porto Alegre que diga que o fato tem a ver com as quizilas que ele teve com o Município -, e, de outro ponto, o projeto inicialmente previsto para ser executado pelo Eng. Wolney Moreira da Costa, como responsável por esse absurdo atraso. O Eng. Wolney está vivo, já surge aí para se defender. Infelizmente, o dirigente da ESBEL não está mais conosco e não pode se defender nessa hora, porque, senão, diria coisas que o senhor, Ver. João Dib, Presidente da Casa, bem conhece: verdadeiras aberrações.

Nós estamos, Ver. Pedro Américo Leal, diante de uma situação da mais absoluta gravidade, porque - vejam bem os senhores - há a acusação de que o projeto teria sido malfeito, e esse projeto alegadamente malfeito, hoje, quatro anos depois, foi recebido pela Prefeitura, que pagou por ele e, mais do que isso, licitou a obra com base nesse projeto. E agora se diz que esse projeto estava errado. Ora, se o projeto estava errado, é uma irresponsabilidade muito grande de quem o recebeu, e é maior ainda de quem pagou esse projeto. Nós vamos ter, Ver. Wilton Araújo - que eu não vislumbro no Plenário nesta hora -, além de trazer aqui na Casa o Ver. Guilherme Barbosa, o engenheiro Volnei Costa, vamos ter de trazer o Dep. Estilac Xavier, que era o Secretário de Obras - que recebeu o projeto, o aprovou, pagou e licitou a obra com base naquele projeto. Alguém cometeu uma grave irresponsabilidade! V. Exa. me acena com a cabeça, afirmativamente, Vereador-Presidente, já que, presidindo a Casa, não se pode manifestar, mas eu sei da sua concordância, porque V. Exa, conhece esse assunto mais do que eu, porque era amigo pessoal do falecido dirigente da ESBEL, que andarilhou por esta Casa mostrando os equívocos que ali se realizavam. Fizeram toda uma mudança, Ver. Pedro Américo Leal, a pretexto de economizar 600 mil reais. Hoje a obra, só os 20% finais da obra, numa negociação feita com uma excelente empresa que é PEDRASUL, vai resultar em quase 3 bilhões e gastos para a Prefeitura. Em vez de economia, nós estamos tendo acréscimo no custo da obra. Então, a situação é muito grave, Ver. Pedro Américo Leal, que não pode ficar no “deixa disso”.

Eu tenho muita consideração pelo Ver. Guilherme Barbosa, nosso colega aqui na Casa, com o qual eu convivi durante quatro anos, quando ele era Presidente do Partido dos Trabalhadores e seu Líder de Bancada, mas nesse particular eu não posso deixar de acentuar essas incongruências. Ou o ex-titular da Secretaria de Obras foi irresponsável, recebeu um projeto que não poderia ter recebido, pagou por ele, realizou uma licitação com base nesse projeto; conseguiu do ex-Prefeito desta Cidade, que quer voltar a ser Prefeito de novo, o Dr. Raul Pont, a autorização para o início da obra, com base naquele projeto, e ele agora vai ter de explicar o que o seu colega veio verificar depois: que o projeto era inviável.

O assunto é muito candente, o que justifica uma pequena invasão no Regimento para dizer o seguinte: a Comissão de Constituição e Justiça vai-se incorporar à Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação da Casa para o exame dessa matéria, porque é de suma gravidade e, naturalmente, terá de ser bem examinada pela Casa, e, se for o caso, Vereador, independente de ser ex-colega nosso ou atual colega nosso, responsabilizado quem deu esse enorme prejuízo para a população de Porto Alegre, que sofre há três anos com a obra inacabada.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, aproveito a tarde de hoje para trazer um relato do acompanhamento que fiz, em nome da Câmara de Vereadores, do lançamento do Movimento Juvenil pela Unidade. Movimento esse constituído a partir da ação dos focolares no sentido de despertar e construir na juventude um projeto protagonista. Fomos, em nome do Ver. João Dib, em nome da Câmara de Vereadores, representando a Casa num ato, ontem, no Salão de Atos da PUC, que reuniu mais de dois mil jovens de todo o Rio Grande do Sul. Chamou-nos a atenção, e é esse relato que eu trago à Casa, a tamanha participação, o tamanho entusiasmo dos jovens que estavam lá para discutir e apresentar propostas para a construção de um outro mundo, de uma outra realidade social. Foi lançada lá, por esses jovens, uma proposta, um pacto de construção de um mundo no qual se trabalhe uma cultura da partilha, dizendo “não” ao consumismo; no qual se trabalhe uma noção de participação, de construção coletiva; no qual o "eu", o indivíduo seja superado, numa concepção, numa visão de "nós", numa visão de coletivo. Também se trabalhou muito lá a questão da esperança, da construção da esperança no projeto de vida dos jovens. Tratou-se de debater a questão ambiental, a questão de um papel educativo, a questão do papel institucional da escola. Lançou-se lá uma campanha de integração entre projetos escolares no mundo todo. E isso tudo me leva a crer que movimentos como esse, do Movimento Juvenil pela Unidade, movimentos como os que saíram hoje nos nossos jornais, de jovens aqui de Porto Alegre, que se organizam por intermédio de uma ação do THEMIS, formando grupos para capacitação e discussão dos programas da cidadania. São essas as ações que desafiam a própria realidade hoje colocada nas ruas, no sentido de que há um papel para o jovem, um papel de protagonista, um papel de pensar o seu projeto de vida.

Eu trago esse depoimento, esse debate aqui para a Casa, porque acho que a Casa deliberou por montar várias comissões para tratar de problemas de questões de drogadição de criança, de adolescente de rua, e acho que nós temos de aproveitar essas comissões e fazer um debate, sim, de quais as ações necessárias para revertermos a disputa hoje colocada na sociedade, a disputa que leva o nosso jovem à droga, que leva o nosso jovem a não ter caminho, a não ter rumo em relação a um projeto de futuro.

Eu digo que essas propostas apresentadas aqui, a proposta do Movimento Juvenil pela Unidade, a proposta articulada por jovens aqui de Porto Alegre, do THEMIS, e tantos outros projetos dos quais os jovens são protagonistas, são o caminho.

Nós, do mundo adulto, temos de estar dialogando com o mundo dos jovens no sentido de que eles possam estar também conosco, construindo políticas sociais; possam estar construindo alternativas para que se enfrente a questão da gravidez na adolescência, não pelo caminho do colocar o limite no sentido de um limite pejorativo e, sim, construindo um caminho positivo no debate com o adolescente, no sentido de construir regramentos, direitos a partir de um debate coletivo.

E eu acho que esses dois movimentos, que ontem foram lançados na Cidade, mostram esse caminho, mostram o caminho onde nós podemos estar dialogando com o jovem no sentido de que ele olhe para o momento que a sociedade está atravessando e possa enxergar o futuro. Só assim nós venceremos essa profunda e forte batalha contra a questão da droga, contra a questão da violência. Nós conseguiremos, como sociedade, nos organizar e vencer essa questão se estivermos articulados – muito articulados – e centralmente dialogando, conversando muito com os nossos jovens.

E o que eu acompanhei, tanto no Movimento Juvenil pela Unidade, como desse outro trabalho do THEMIS foi isso: é proporcionar, é construir junto com o jovem um outro mundo. Esse é o caminho. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e também pela TVCâmara, queria saudar a todos, primeiramente queria agradecer ao colega, Ver. Sebastião Melo, por ter-me cedido o seu tempo no período de Comunicações para que eu me pronunciasse no dia de hoje. O dia 20 de setembro foi marcado pela história Farroupilha e ocorreram os desfiles, em que nos fizemos presentes na Av. Beira-Rio representando o Piquete Mena Quevedo. Às 8 horas da manhã, meu caro Presidente, nós estávamos na Av. Beira-Rio prontos para o desfile. Nós éramos o 48º piquete a desfilar. Não tenho certeza, mas eram mais de 100 piquetes. E o desfile iniciou após às 14 horas. Eu faço este pronunciamento, hoje, nesta tribuna, a pedido de centenas e centenas de pessoas que estavam lá e que sofreram esse longo período de espera. Imaginem, Vossas Excelências, havia pessoas jovens, adolescentes e até algumas crianças montadas em cavalos, que se preparam durante o ano todo, e havia, também, pessoas que vieram de longe, Ver. Wilton Araújo, numa espera de 4, 5, 6 e até de 7 horas.

Lendo os jornais de hoje achei uma parte muito interessante da coluna do José Barrionuevo, onde ele relata o acontecimento de ontem: (Lê.) “O desfile Farroupilha cansou. Quem teve paciência chegou antes das 9h para assegurar um bom lugar, atraído pela publicidade do evento, e saiu depois das 15h. Sete horas. Teve piquete que aguardou oito horas, desde a concentração, para entrar na Avenida. Não há garbo gaudério nem amor às tradições que resistam a tamanho massacre. Parte do público e dois terços das autoridades do palanque oficial se retiraram antes do início de desfile temático, grande atração deste ano, organizado com esmero pela Secretaria do Turismo. Nem dois cabos eleitorais conseguiram sustentar até o final a faixa em que um Vereador saudava o público. Portanto, acho que é um dia extremamente importante para esses tradicionalistas, piquetes e CTGs, pelo longo período que se preparam, durante o ano todo, para desfilar na Avenida, mostrar a história Farroupilha, a história das tradições gaúchas. Agora, houve um longo período de espera, o que se viu ontem na Avenida é que muitas pessoas diziam: “Olha, é o último ano que eu vou desfilar”. O Ver. João Bosco Vaz está dizendo que um piquete falou: “Não vamos desistir, porque eu acredito nessas entidades, nessas pessoas que têm a responsabilidade para organizar esse desfile”. Não temos dúvida de que, depois da grande repercussão, das grandes matérias que foram publicadas nos jornais, essas instituições vão-se reunir e não há dúvida de que, para o próximo ano, vão estudar uma forma para que não aconteça mais o que aconteceu nesse domingo. Porque, eu penso que os CTGs, os piquetes e todas essas pessoas que se envolvem, como eu já disse, durante o ano todo, se preparando para desfilar e ainda terem de ficar 6 ou 7 horas montados num cavalo, esperando na Av. Beira-Rio, convenhamos, não há quem resista. Foi um massacre tamanho que a gente lamenta profundamente, porque a Semana Farroupilha é uma história que tem que ser lembrada; os cavaleiros, os tradicionalistas, lembram com tanta galhardia, com tanta luta, o que representou a história da Semana Farroupilha para o nosso Brasil, principalmente para o nosso Rio Grande. Convenhamos, o que aconteceu no dia de ontem, eu tenho certeza de que, no próximo ano, não irá acontecer.

Faço esse apelo, em nome, meu caro Presidente João Antonio Dib, de centenas e centenas de pessoas que estavam ontem preparadas para o desfile. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o mesmo jornal que noticiou o fato a respeito das obras do viaduto da Av. Nilo Peçanha, noticia, com grande ênfase, a realização do espetáculo de vale-tudo, na cidade de Porto Alegre, com o título “A Violência é o Espetáculo”. É legítimo o direito do jornal, no sentido de veicular um fato que efetivamente ocorreu na cidade de Porto Alegre. Só que, meu caro Vereador Darci Campani, a Lei nº 8.138 proíbe as lutas de vale-tudo, em todas as suas modalidades, no Município de Porto Alegre. Essa Lei foi votada normalmente por esta Casa, aprovada por unanimidade, vetada pelo Sr. Prefeito, na ocasião, e o Veto foi rejeitado por 29 votos a zero, ensejando que o Ver. Braz, então, Presidente da Casa, viesse a sancioná-lo. A Lei, em determinado artigo, no seu art. 2º, diz o seguinte (Lê.): “Os interessados: – obviamente na realização da luta chamada vale-tudo, agora deram um nome em Inglês para sofisticar - pessoa física ou jurídica, não obterão do Poder Executivo, sob nenhum pretexto, o alvará de localização para exibição, apresentação ou programação dessa modalidade de luta corporal”. Ora, Srs. Vereadores, esse espetáculo que tem bastante aficionados, e eu acho que é um espetáculo dantesco, esse espetáculo foi realizado num próprio Municipal, no Ginásio Municipal de Porto Alegre, no Tesourinha, construído com recursos públicos para desenvolver o verdadeiro esporte: o vôlei, o basquete, o futebol de salão e outras tantas competições, inclusive, Vereador, o judô e inclusive o caratê, esportes olímpicos reconhecidos pelos seus critérios que inclusive apoiaram essa nossa proposição, que se transformou em lei, de forma absoluta. Eu tenho manifestações, aqui no Projeto, de apoio da Federação Gaúcha de Caratê e da Federação Gaúcha de Judô. E, o que é mais grave ou mais importante ainda é que o hoje titular da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio foi, Ver. Sebenelo, junto com V. Exa., junto com o hoje Vice-Governador Antonio Hohlfeldt, junto com o atual titular da Superintendência do Grupo Hospitalar Conceição, foram alguns dos pareceristas, ao longo do exame do Veto do Sr. Prefeito Municipal. E todos, inclusive, o Ver. Adeli Sell, a quem compete, hoje, fiscalizar essa lei, foi brilhante no seu Parecer, o que me surpreende fortemente. Se o Ver. Adeli Sell, como Vereador, emitiu um Parecer, dizendo textualmente o que eu irei reler para os senhores, como, agora, como Secretário da Indústria e Comércio, pode claudicar e negligenciar nas suas atividades? Ele dizia o seguinte (Lê.): “Como se denota das transcrições acima, a matéria analisada subordina-se à esfera Municipal, podendo o legislador discipliná-la, consubstanciado no interesse local. Reafirmo que mister é o seguimento das ditas lutas de vale-tudo, devido à estupidez e à violência empregada ao ser humano, submetendo-se golpes fatais até desfalecer ou não ter mais condição de reagir. E, o pior, há redes de televisões que incentivam essa modalidade, transmitindo para todo o Brasil. Senão tivemos ainda a capacidade de barrar essa barbaridade” – é o Ver. Adeli Sell que diz – “que invade os nossos lares, via TV, o que demandaria uma lei federal, sejamos nós, os legisladores de Porto Alegre, a vanguardear uma lei que repila essa monstruosidade que jamais pode ser comparada a um desporto”. Assina: Ver. Adeli Sell.

Ora, a gente, como Vereador, afirma alguma coisa; depois, como Governo, afirma outra. Quero, Sr. Presidente, lamentar que isso esteja ocorrendo no Município de Porto Alegre, que vinha sendo elogiado pela Confederação Brasileira de Judô e pela Confederação Brasileira de Caratê por ser inovador no disciplinamento dessa matéria. Eu fiquei pasmado, quando verifiquei que a autorização para a realização dessa monstruosidade tinha sido dada pelo Executivo Municipal, em um próprio do Município, próprio esse construído com o dinheiro do contribuinte, para ser utilizado na difusão do sadio esporte, do verdadeiro desporto.

Por isso, Sr. Presidente, além deste protesto, quero dizer que apóio as iniciativas que já florescem na cidade de Porto Alegre, no sentido de encaminhar esta matéria à consideração do Ministério Público para apurar a responsabilidade daqueles que negligenciaram no cumprimento da Lei e colaboraram, objetivamente, para a realização desse espetáculo negativo que eles mesmos consideravam uma monstruosidade.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Vereadoras, Ver. Besson, tirando esse problema do desfile na Avenida, espero que isso possa refletir para o ano que vem com uma programação preestabelecida com horários, nós possamos ter outro grande desfile, mas devemos elogiar este 20 de setembro pelo aspecto cultural e pela mobilização da sociedade rio-grandense em todo o Estado, no conceito de aplicarmos a cultura gaúcha, não só para os gaúchos mais velhos, mas principalmente para as crianças nas escolas. E nós todos aqui vimos, eu vi, nas escolas de Porto Alegre, as nossas crianças cantando o Hino do Rio Grande, Ver. Wilton Araújo. Impressionante a capacidade que nós temos de cultuar a tradição. Portanto, tirando esse detalhe que prejudicou, sim, o desfile de 20 de setembro na Capital, que nós possamos consolidar esse evento.

Eu protocolei, inclusive, na quinta-feira, na Casa, para que fique instituída, de 01 a 30 de setembro, essa programação no Parque Harmonia, porque se fala muito em Semana Farroupilha. Não. Transcendeu, Ver. Sebenelo, hoje é o mês que tem que se consolidar para que o Rio Grande possa ter esse evento natural da tradição do nosso Estado, valorizado, consolidado, colocado numa programação.

Requisitamos centenas de abaixo-assinados, para que nós protocolássemos o período de 01 a 30 de setembro para que seja um mês das tradições gaúchas, um mês, e não só o 20 de Setembro, até porque o que acontece nesta Cidade de lona, no Harmonia, é impressionante. Nós temos rodeios, temos a cultuação de toda a nossa cultura gaúcha, que fará, sem dúvida, com que as nossas entidades que promovem o turismo possam se programar, para valorizar este mês de setembro, como um mês praticamente sagrado, Ver. Goulart, para o gaúcho. Porto Alegre tem pontos de referência, mas nós precisamos é consolidar como evento de natureza cultural para Porto Alegre e para o Rio Grande.

Fomos a todo o Estado, porque há algumas regiões como a Fronteira - Livramento, São Borja, Alegrete, Uruguaiana - que são muito fortes nesse aspecto cultural, e Porto Alegre, a Grande Porto Alegre. Por ali passam milhares de pessoas, numa confraternização excepcional, e nós precisamos consolidar, definir no calendário de Porto Alegre e do Rio Grande, um mês de atividade. Hoje estão desmontando as instalações no Parque. Mais uma semana e se daria uma análise profunda, e poderíamos ampliar o tempo nessa área privilegiada, que é o Parque da Harmonia. Seria a consolidação daquilo que queremos para a divulgação da nossa cultura e das nossas peculiaridades.

É fundamental observarmos esse aspecto.

Parece que em março já há uma programação para o Rodeio de Porto Alegre.

A Capital tem pontos turísticos, mas tem uma programação que ainda deve muito àquilo que temos de bom na nossa Capital. Precisamos de uma programação constante, uma programação que possa ser divulgada.

O que o Ver. Ervino Besson disse aqui, de que o discurso custou muito caro ao cidadão, que ficou esperando três, quatro, cinco horas, isso pode ser planejado, preestabelecido com horários e quem vai desfilar na avenida. Isso é muito importante para a comunidade.

Nós temos de valorizar aqueles que fazem e elevam essa cultura para o Rio Grande, que são os piquetes, os CTGs, que devem ser ouvidos e valorizados, para que tenhamos um grande desfile, porque ali é a consumação do trabalho feito no Parque da Harmonia. Eles ficam ali, mais de 20 dias, preparando-se para o grande desfile. E, quando há o fracasso em algum aspecto do desfile, Ver. Dr. Goulart, praticamente eles perdem a motivação para os anos seguintes.

Queremos consolidar um mês de tradicionalismo, um mês de cultura no Rio Grande, e que o desfile seja preestabelecido - quem vai desfilar na avenida e os horários. Um abraço, Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Boa-tarde, Sra. Presidenta, Ver.ª Maria Celeste; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, foi um dos representantes da Saúde passar um tempo sem usar a tribuna, e as coisas na Saúde já começam a acontecer. Estive quieto no affair Saúde, por uma questão de bom-senso. Recém chegava uma Secretária nova na Saúde, e eu não poderia estar cobrando da Secretária, que demonstrasse o seu trabalho nos seus primeiros momentos de Executivo na cidade de Porto Alegre, com uma situação extremamente difícil.

Nesse fim de semana, começo a receber telefonemas, a receber visitas no alvorecer desta semana, no meu Gabinete. E as coisas continuam, mais ou menos, iguais.

Se quiserem poderei enunciar, aqui, todas as pessoas que nos procuraram porque estão nos corredores dos hospitais esperando. E eu que me estava desinteressando do affair CPI, Ver. Cassiá Carpes, Ver. Cláudio Sebenelo, já começo a dizer: será que estou fugindo à minha responsabilidade?

As coisas com a Saúde são muito interessantes, mas muito interessantes! Por exemplo: falta médico radiologista no Hospital de Pronto Socorro. No Hospital de Pronto Socorro, que é o ponto nevrálgico da Saúde desta Cidade, que é a emergência da Cidade - uma boa emergência, uma maravilhosa emergência, exemplo para o mundo! -, falta médico para fazer radiologia, para tirar Raio-X. Parece que para interpretar tomografia até que tem, mas o tomógrafo não funciona direito. O tomógrafo bom está parado, está escondido, porque compraram um tomógrafo que não cabe dentro da sala que há para isso. Lá há uma sala em que não cabe o tomógrafo! Que coisa mal planejada!

Mas por que eu estou dizendo que falta radiologista? Ah, meus queridos, porque parece que um certo ex-secretário ganhou um CC no Governo! Se isso for verdade - meu gabinete já começou a investigar -, é um crime contra a saúde pública, é crime contra a saúde do povo! Se não há radiologista num ponto nevrálgico da Cidade, seria necessário contratar por CC um radiologista e não um ex-secretário! Não pode!

Será que quando eu abandono as queixas que me fazem, por trás, vão fazendo outras coisas, desastradas, contra a saúde do povo? Vamos começar a estudar isso, e, se for verdade, nós vamos dizer: vocês dispensem um determinado ex-secretário e contratem um, dois, três médicos para o Pronto Socorro.

A imprensa precisa dar-nos guarida nisso! Ainda há pouco a imprensa publicou bem grande: remédios caem de 1% até 50%, e 150 remédios. Eu fui olhar no Jornal quais eram os que tinham seu preço diminuído: não tem Atenolol, não tem Propranolol, não existe Atensina, não existe nenhum dos remédios que a gente conhece. Têm “marandolate”, “chocolate”, “bilate”, tem de tudo, menos os remédios que o povo usa. E como é que a imprensa mostra que o preço diminuiu em 50% o preço?! Aí tu vais ver qual foi o remédio que teve diminuído em 50% o seu preço. É o que custava dois reais; agora ele passou a custar um real. Ainda bem que eles não fazem falta, pois são remédios que não se usam, porque quando um remédio custa 70% daqueles que a gente não usa e que baixaram, aí ele baixa só 1%, aí ele passa de 77 para 71 reais. E querem que a gente engula isso, Ver. Cláudio Sebenelo! Como é que a imprensa não se deu conta de que quase todos os remédios que estão anunciados no Jornal, nenhum é usado pelos senhores, por mim? Eu não receito; não são receitados os remédios. Tem que baixar é remédio que se usa, é remédio que os velhos usam, que os diabéticos usam, que as pessoas que têm dor e que sofrem usam.

Então, vou voltar a esta tribuna para começar a chamar a atenção, daqui para frente. Eu, que estava quieto, falando de PDT, que vai fazer nova eleição, agora, eu não sei por quê, vou ter de dar todo o meu tempo, de novo, para a Saúde. Ainda mais se continuar faltando, no Hospital de Pronto Socorro, radiologista.

Vocês precisam chegar lá. Eu fui visitar. Tem 30, 40 pessoas esperando para fazer Raio-X nos corredores do Pronto Socorro, e uma radiologista, esbaforida, vermelha, suando, correndo de uma sala para outra para poder atender as pessoas acidentadas, com urgência. Isso não pode acontecer! De novo “ligarei os faróis” para a Saúde, e vou ter de vir para esta tribuna, porque, quando vim, durante dois anos e meio, deu certo, algumas coisas foram modificadas. Mas a gente tem de estar todo o dia “agulhando”, todo o dia falando, que é para eles não perderem a direção.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. 3743/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 208/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre a colocação de avisos e sinalizações adequados aos portadores de necessidades auditivas no interior dos veículos do transporte coletivo de Porto Alegre, nas estações da TRENSURB, nos terminais de ônibus e lotações e nos pontos de táxi. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. 3823/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 220/03,  de autoria do Ver. Ervino Besson, que dispõe sobre a fixação de placas avisando sobre a localização de radares eletrônicos. 

 

PROC. 4136/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 245/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que obriga as redes de “fast-food”, no Município, a afixarem tabelas visíveis com a quantidade de calorias e de nutrientes dos seus lanches, sem prejuízo das disposições estabelecidas na legislação de Rotulagem de Alimentos Embalados.

 

PROC. 4222/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 258/03, de autoria do Ver. Elias Vidal, que institui a Semana de Conscientização e Prevenção sobre a Divulgação e Venda de Produtos Falsificados, Pirateados ou Contrabandeados, bem como a Sonegação Fiscal.

 

PROC. 4329/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 320/03, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que institui o Sistema Municipal de Inclusão e Promoção Social do Município e dá outras providências.

 

PROC. 4178/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 253/03, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que denomina Rua José Francisco Oliosi da Silveira um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Ipanema.

 

PROC. 4359/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 325/03,  de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que denomina Rua Derik Oscar Ely um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi. 

 

PROC. 4391/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 077/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Edu João de Deus.

 

4.ª SESSÃO

 

PROC. 4413/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 082/03, de autoria da Mesa Diretora e Lideranças, que altera o texto em vigor da Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992 (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). Com Emendas nos 01 a 07.

 

PROC. 4506/03 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 002/03, de autoria da Mesa Diretora e Lideranças, que dá nova redação ao inciso V do art. 57 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

Solicito ao Ver. Luiz Braz que assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Luiz Braz; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o Projeto que eu gostaria de discutir hoje, que está em 4ª Sessão de Pauta, é o Projeto que trata do Regimento da Casa. Esse Projeto de Resolução está propondo alterações no Regimento da Casa, com a finalidade de agilizar a condição dos trabalhos, de suprimir omissões, incorporar decisões pacíficas, dar maior clareza à redação de alguns dispositivos e adaptar outros à legislação vigente.

Na semana passada eu comecei a pontuar alguns artigos e, como o tempo da discussão de Pauta foi muito pequeno, não consegui terminar a minha interlocução naquela ocasião. Agora eu quero retomar, a partir dos artigos aos quais eu estava, naquele período, me referindo. Com relação, por exemplo, à questão, sobre a qual nós tivemos um problema muito sério, aqui, no início desta Legislatura: a das Bancadas. Todos nós compomos bancadas a partir dos Partidos. Todos nós fomos eleitos, Vereadores e Vereadoras desta Casa, respeitando e com os votos da legenda partidária. O que o Regimento propõe é que aquelas composições que são feitas para a Direção da Casa, para a Mesa, para as Presidências de Comissões, devem ser respeitadas e que são cargos ocupados por Vereadores ou Vereadoras, mas que são cargos ocupados por questão partidária. Aquele cargo ocupado, do Vereador ou da Vereadora, deve ser respeitado, e deve ser levado em conta o Partido que ele representa.

O art. 13 fala da Mesa Diretora, o art. 33 fala das comissões permanentes, e o art. 58, que fala na representação das comissões especiais, justamente traz, de inovador, que o Vereador ou a Vereadora que deixar o Partido no período em que está nesta Casa deve também deixar a sua representação na Mesa ou na Presidência de Comissão, porque isso preserva o princípio de que nós todos somos eleitos com uma votação individual, obviamente, mas que essa votação está inserida dentro de um Partido. Passamos, então, a respeitar o Partido como, de fato, deveria ser em todos os momentos.

O art. 40 e o art. 42, que fala das Comissões, também traz uma inovação. E eu acredito que nós vamos precisar discutir melhor. O art. 42 prevê somente a reunião das Comissões nas terças-feiras. Nós, por exemplo, da Comissão dos Direitos Humanos temos tido uma pauta bastante extensa de discussões e só com reunião na terça-feira não temos conseguido vencer essa pauta. Nós temos, por diversas vezes, nos reunido na sexta-feira para poder dar conta, tal o volume de trabalho dessa Comissão. Então, acredito que vamos precisar, inclusive, estar discutindo melhor esse artigo e estar fazendo uma emenda para que não haja a supressão dessa reunião ordinária.

E o art. 198, para finalizar, só vai colocar na prática o que já, efetivamente, se faz, que é a questão da disponibilização das notas taquigráficas. Ora, todos nós, Vereadores e Vereadoras, quando subimos nesta tribuna, tornamos o nosso pronunciamento público. Não há por que esperar 48 horas ou mais para que se libere a fala desse Vereador ou dessa Vereadora que assim o fez na tribuna. Então, eu penso que essa alteração vem adequar e vem trazer à Casa uma maior agilidade sem que haja necessidade de que o Vereador esteja autorizando a divulgação. Nós já fazemos isso de público e de fato, quando subimos nesta tribuna e estamos, agora, através da TVCâmara, sendo noticiados para toda a Cidade.

Então, eu acredito que todas essas alterações que foram propostas vêm, com certeza, agilizar os nossos trabalhos nesta Casa. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, venho a esta tribuna para exaltar um Projeto que não é da minha autoria, mas é de autoria de um dos Vereadores mais experimentados aqui desta Casa, um dos mais experientes Vereadores aqui do nosso Legislativo Municipal, que é o Ver. Pedro Américo Leal, que denomina Rua José Francisco Oliosi da Silveira um logradouro não-cadastrado localizado no bairro Ipanema.

O Ver. Isaac Ainhorn teve a oportunidade de, juntamente com o então Professor Oliosi, fazer parte de uma grande equipe de professores lá das Faculdades Integradas Ritter dos Reis, e eu tenho a certeza absoluta de que o Ver. Isaac Ainhorn também compartilha de todas as homenagens que possam ser prestadas ao Professor Oliosi, que morreu de uma forma trágica, ainda com muito vigor, com muita vida, e que, de repente, por uma dessas circunstâncias trágicas que podem acontecer na vida de qualquer pessoa, trafegando com seu carro, acabou sendo vítima de um acidente em que estava envolvida uma pessoa que havia furtado um carro.

O Professor Oliosi, com certeza absoluta, na sua passagem, tanto pelas Faculdades Integradas Ritter dos Reis como também nos outros locais onde lecionou, deixou sempre não apenas bons amigos, como deixou recordações de um professor que sabia muito bem transmitir - no caso, por exemplo, da Ritter dos Reis -, as matérias penais nas quais ele era, realmente, um profissional extremamente competente.

Foi membro, inclusive, de vários Governos; passou por vários Governos prestando assessoria neste campo do Direito; por último assessorou, e não apenas assessorou, estava vinculado ao Partido dos Trabalhadores. Apesar das nossas divergências no campo ideológico, ele realmente merece todas as homenagens possíveis, e eu tenho a certeza absoluta de que nominando, agora, uma das ruas lá do bairro Ipanema, ele vai continuar sendo lembrado, muito embora, é claro, aquelas pessoas que privaram da sua amizade, aquelas pessoas que estiveram no seu círculo de amizade, jamais vão esquecer essa figura, realmente, exponencial em matéria do direito; exponencial, também, como Professor do Direito, o Professor Oliosi. E, eu quero cumprimentar, aqui, o meu amigo, Ver. Pedro Américo Leal, por essa boa lembrança, de chamar essa homenagem, colocando o nome do Professor José Francisco Oliosi da Silveira para nominar um logradouro público lá no bairro Ipanema.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Senhor Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, hoje continua em 3.ª Sessão de Pauta o Projeto de Resolução de nossa autoria que concede ao Sr. Edu João de Deus o Título Honorífico de Líder Comunitário.

Edu João de Deus nasceu na cidade de Montenegro, em 25 de janeiro de 1926, filho de Moisés João de Deus e Diva Azevedo João de Deus. Nasceu em Montenegro, mas foi criado em Bagé. Em Porto Alegre estudou no Colégio Rosário e Júlio de Castilhos. Com a morte prematura de seu pai, aos 45 anos, Edu precisou sustentar a família e tornou-se representante comercial.

Desde muito jovem dedicou-se ao remo, seu esporte predileto no Grêmio Náutico União. Manteve-se como atleta até a categoria de veterano. Com grande participação na vida do Clube, aos 21 anos já fazia parte do Conselho Deliberativo.

Edu é e sempre foi um homem de notável simpatia e carisma. Um eterno agregador e que encontrou no Grêmio Náutico União espaço, reciprocidade e muitas formas de contribuir e enaltecer o Clube que ele sempre amou.

Com convicções fortes sobre valores, honestidade, franqueza e ética deixa em todos os lugares por que passa a marca da simplicidade, da alegria e da generosidade.

Edu ingressou no Grêmio Náutico União em fins de 1945, e em 1946 tornou-se sócio, motivado pela prática do remo, inspirado pelos colegas do Rosário, onde estudava.

Os primeiros companheiros de clube foram Lon Teixeira de Menezes, Günter Hannes, Antonio Luis Mostardeiro, Hugo Karnas, Otávio Santos Rocha e Ângelo Bonetti. Além do remo, praticava também futebol, natação, Box e luta livre.

Seu tempo de competidor como remador durou até 1948, pois compromissos familiares o impediram de continuar competindo. Voltou como veterano em 1962, quando conquistou várias vitórias.

Edu lembra como fatos marcantes dessa etapa de sua vida a primeira chegada na Ilha do União em 1952, a sua eleição para conselheiro, também em 1952 e a conquista de seu filho Luis como vice-campeão sul-americano.

Em 28 de outubro de 1982, portanto, há 21 anos, aconteceu o primeiro almoço dos Ilheiros. De lá para cá, todas as quintas-feiras ele acontece sem falta. Quero registrar, há 21 anos, todas as quintas-feiras, sem falta, acontece o almoço dos ilheiros no Grêmio Náutico União. São mais de 20 anos que ajudam a manter a chama viva da tradição da ilha. Somando-se mais de 1.072 almoços. E há 6 anos ele é Diretor da sede da ilha do Pavão, a Ilha do Grêmio Náutico União.

Hoje, Edu é aposentado e também um unionista convicto, que tem acompanhado por quase 60 anos a vida do União e de seus associados, através da congregação que há nos almoços da ilha.

Por isso, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, já fiz um convite, esperamos que numa dessas quintas-feiras possamos sair daqui, em comitiva, para almoçarmos juntos com o Edu e os demais sócios veteranos do Grêmio Náutico União para uma grande confraternização, pois é um fato inédito no Rio Grande do Sul e talvez no Brasil, pois há 21 anos, todas as quintas-feiras, de forma ininterrupta, sempre aconteceu esse tradicional almoço. Inclusive já dissemos, houve uma quinta-feira, há muitos anos, em que apenas um membro participou, mesmo assim, fez questão de manter a tradição, assinando o seu nome no livro com um “sim”. Por isso, peço a compreensão dos colegas Vereadores e Vereadoras para, futuramente, aprovarmos esse projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Darci Campani está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, inscrevi-me neste período de Pauta, tendo em vista que está tramitando nesta Casa, em 3ª Sessão, o PLL nº 245/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo – que não se encontra agora no plenário, mas deve estar na Casa, porque acabou de falar aqui na tribuna –, que obriga as redes de fast-food – lojas de alimentação rápida -, no Município, a afixarem tabelas visíveis com a quantidade de calorias e de nutrientes dos seus lanches, sem prejuízo das disposições estabelecidas na legislação de Rotulagem de Alimentos Embalados. Eu penso que a idéia é boa. Vamo-nos debruçar e detalhar sobre a composição, sobre o conteúdo em si, para ver se podemos ajudar o Ver. Wilton Araújo a melhorar ainda mais, porque é uma coisa muito importante. Hoje nós temos uma capacidade de propaganda, uma capacidade de atração em torno de pequenos brindes, pequenos presentes, coisas que atraem a criançada, principalmente, que não têm conhecimento sobre nutrição. Acho que a maioria da nossa população não tem conhecimento sobre nutrição, há algumas coisas de intuição, de percepção, mas, às vezes, achando que se está satisfazendo, além do aspecto de paladar, as suas necessidades nutricionais, na prática, se está comendo, ou excesso de amido ou um produto com excesso de gordura, que, nesses locais de preparo rápido, acaba-se tendo um excesso de gordura. E já há muito estudo mostrando sobre a obesidade, principalmente na sociedade americana, lá nos Estados Unidos, em que a obesidade é causada exatamente pela quantidade muito grande de acesso aos chamados fast food, que acabam transformando, inclusive, toda uma geração, criando, de uma hora para outra, uma geração de obesos, em um País do tamanho dos Estados Unidos, em cima de uma ideologia, em cima de um marketing que é feito em uma das coisas mais importantes para o ser humano, que é o que ele come. Já falava aqui, quando se discutia a questão dos transgênicos, que eu sou aquilo que eu como: se eu comer um produto transgênico, eu vou ser um ser transgênico, porque algumas coisas vão me trazer para dentro até intoxicações, alergias que são desenvolvidas por esses produtos. Eu preciso saber se, dentro daquele material que eu estou comendo, há alguma coisa que possa me fazer mal. De repente, eu posso ser sensível a um determinado produto, a uma determinada proteína que possa haver dentro desse alimento. E já aquele alimento que, quando eu vou ao supermercado, eu compro, a legislação já me protege, já vem tudo na etiquetinha, dizendo direitinho qual é a composição nutricional do alimento. Mas se eu vou num fast food, realmente não tem nada, eu fico navegando, sem saber exatamente o que é que eu estou comendo. O Ver. Renato Guimarães, que é da Comissão de Saúde da nossa Casa, acho que também deve se preocupar com esse Projeto.

Nós temos o cuidado de pegar um projeto que é bom, como o que o Ver. Wilton Araújo está nos propondo, e aperfeiçoá-lo para que possa ser aplicado o mais rapidamente possível para proteger os nossos consumidores. E eu falo como pai, como cidadão da cidade de Porto Alegre, porque os filhos da gente sempre nos pressionam a ir num fast food, porque é bonito, é rapidinho, é cheiroso, se vai lá rapidamente somos servidos, o que cria até uma certa cultura bastante desagradável. Eu falo como pai de uma criança de onze anos, que, quando entra em um restaurante, tem de sentar e esperar para ser servido, ela já não consegue mais, acha chato ficar esperando para comer. E isso é um hábito cultural muito ruim. O comer deveria ser algo mais pensado, mais absorvido, os orientais nos ensinam bastante isso, mas nós somos jogados, por uma facilidade, por um marketing, por uma propaganda, muitas vezes enganosa, para comer alguma coisa rapidinho, e que a gente não sabe nem qual é o conteúdo.

Então, gostaríamos de apoiar o Projeto do Ver. Wilton Araújo e ajudá-lo para que seja o melhor possível, e que venha, o mais rápido possível, a sua implantação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, nós queremos discutir um pouco mais a questão do nosso Regimento. Quero, Sr. Presidente, começar por uma alteração que esta Comissão aportou a este texto, que diz respeito ao § 4º do art. 29: (Lê.) "Perderá o mandato de Presidente ou Vice-Presidente de Comissão Permanente o Vereador que deixar o Partido que integrava ao ser eleito, sendo permitido que concorra novamente ao cargo, quando da realização de nova eleição pela Comissão". Eu acho que isso é altamente salutar, Ver. Carlos Pestana, porque o eleitor constitui as Bancadas no período da sua eleição, e eu acho que esta Casa não pode desrespeitar a vontade do povo. Portanto, nós vamos defender com muita firmeza essa mudança, porque isso qualifica a Câmara Municipal e a sua respeitabilidade perante a sociedade.

Um outro aspecto importante é uma mudança que diz respeito ao § 6º do art. 58: (Lê.) "O Vereador integrante de Comissão Especial, Parlamentar de Inquérito ou Externa que mudar de Partido poderá ser substituído, mediante requerimento encaminhado ao Presidente da Câmara, de autoria da Liderança da sigla responsável pela indicação". Eu acho que é outra mudança importante do Regimento. Hoje isso não funciona assim, e eu acho que deve haver essa mudança para corrigir esse equívoco que vem acontecendo no Regimento.

Há outro aspecto aqui que eu também considero, e alguns eu até sublinhei, diz respeito, especialmente, à criação daquele debate do Grande Expediente.

Nós estamos introduzindo uma mudança, que diz respeito ao § 1º do art. 134: (Lê.) "Em cada Sessão Legislativa, o Vereador poderá figurar uma única vez como primeiro signatário de projeto de concessão de uma das espécies de título honorífico; entretanto, poderá ter aprovado, também, um projeto que no ano anterior tenha iniciado a discussão preliminar de Pauta”. Se já havia começado a discussão, ele vai propor um novo e poderá aprovar aquele que era anterior, Ver. Renato Guimarães. Acho que essa é uma mudança importante.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

Correto, acho que é uma boa Emenda, Vereador.

Quero centrar fogo em duas outras questões. O Ver. Haroldo de Souza, meu colega de Partido, propôs uma Emenda transferindo para terça-feira a Sessão das segundas-feiras. Acho essa Emenda boa, teríamos de aprofundar. Nas segundas e sextas-feiras, ficaríamos com os trabalhos das Comissões da Casa, e, na terça, quarta e quinta-feira, realizaríamos as Sessões Ordinárias. Quero dizer que achei simpática essa idéia. Em um primeiro momento, quando a Sessão foi transferida para quinta-feira, havia uma certa resistência da Diretoria Legislativa, mas depois se provou que dava para montar a Pauta. Acho que essa mudança vem em boa hora, a segunda e sexta-feira ficariam para as Comissões, e ficaríamos com dias corridos: terça, quarta e quinta-feira. Penso ser uma boa idéia para ser agregada nesse debate.

Quero, fundamentalmente, resgatar aquilo que discuti na outra Sessão sobre essa matéria: a possibilidade de apenas um o Parlamentar, Ver. Beto Moesch, a se inscrever no Grande Expediente, e, por vinte minutos, usar esta tribuna para poder debater um tema que ele entenda relevante para o seu mandato. Porque, em cinco minutos, tratar temas num contexto da Cidade, estadual ou nacional, não se consegue fazer um raciocínio daquilo que se quer passar à opinião pública. Diria que essa mudança é importante, porque vai fazer com que esta Casa viva aquilo que é seu norte: o debate político. Evidentemente que poderemos aprofundar mais a questão da saúde. Em vinte minutos, dá para fazer uma boa radiografia, Ver. Beto Moesch, da questão do meio ambiente, das finanças públicas, dos resíduos sólidos, entre outros temas. Diria que é outra mudança não menos importante que a Comissão propõe a este Regimento. Portanto, Presidente, espero que, até o final do ano, possamos aprovar essas mudanças e que no ano que vem possamos entrar, no mês de fevereiro, no início dos trabalhos, com um novo Regimento mais ágil para os trabalhos desta Casa e quem vai ganhar com isso não são apenas os funcionários, os Vereadores, mas quem ganha é a cidadania, a Cidade e o povo de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, terminou o Acampamento Farroupilha, Ver. Luiz Braz, e nós colhemos ali, durante toda essa semana, muitas sugestões, Ver. João Bosco Vaz, mas eu me detive, especificamente, em duas.

Há um movimento muito forte, Ver. Marcelo Danéris, para que o acampamento no Parque da Harmonia não seja mais de 20 dias, mas que passe a ser de 30 dias. Eu achei interessante, porque, na verdade, as pessoas investem ali, nos seus galpões, 5, 6, 7 mil reais, monta-se uma estrutura, fica-se durante uma semana e vai-se embora. Há, na minha avaliação, o aspecto cultural, o econômico, que circulam ali e que são muito importantes. Acho que é uma questão que merece que esta Casa - conseqüentemente, sob a liderança da Prefeitura – faça, sobre ela, uma discussão mais aprofundada.

Também não é menos preocupante - e há uma corrente muito forte – a questão de que tem de haver um cercamento do Parque e a cobrança de um ingresso simbólico na data do evento, porque, infelizmente, os vândalos têm tomado conta do local depois da meia-noite, depois das 23h, especialmente no “lonão”, ali nos shows musicais apresentados pelo MTG.

Ouvi muito também, Ver. Luiz Braz, que se deveria sortear talvez 10 piquetes para fazer permanentemente, durante o ano inteiro, uma exposição de arte, com comida campeira, com as tradições do Rio Grande no nosso Parque da Harmonia. Acho que é uma boa idéia para atrair turistas para o nosso Parque da Harmonia. Acredito que é uma boa discussão a ser feita, com galpões bem montados, pois se você quer almoçar no Parque da Harmonia, você vai lá, tem 10 galpões, você tem lá vários tipos de comida, cada um pode se especializar em alguma; a população de Porto Alegre e quem aqui chega pode ter um referencial. Achei um debate muito interessante.

Quero também aproveitar esse tempo para dizer que, neste sábado, Ver. Elias Vidal, o nosso Partido, o PMDB, vai realizar uma grande pré-convenção aqui, na cidade de Porto Alegre, neste plenário. Estamos na expectativa de uma grande participação popular, em que anunciaremos inúmeras filiações de pré-candidatos, entre eles estará presente conosco aqui essa figura que o Rio Grande do Sul, que o Brasil, que Porto Alegre reconhecem, Ver. Dr. Goulart, toda a sua luta, que é o Ver. Lauro Hagemann, sempre Vereador desta Cidade, que, para a nossa alegria, vai filiar-se ao nosso Partido hoje à tarde, lá na Fundação Ulysses Guimarães. Mas estará, na verdade, apresentando aqui à população, no sábado, a nossa pré-convenção.

Mas a nossa pré-convenção não tem só o fito de fazer filiações, nós vamos, Ver. Haroldo de Souza - e estava vindo de uma reunião lá na Presidência do Partido, onde representei também V. Excelência. -, vamos estabelecer um diálogo com Porto Alegre, o diálogo da mudança. Nós vamos abrir aqui, no sábado, um calendário de atividades de consultas e da verdadeira participação da construção de um projeto alternativo. O PMDB vai, primeiro, discutir uma proposta com a Cidade. Queremos ouvir todos os segmentos e todos os cantos desta Cidade. E depois, no momento adequado, ele vai apresentar uma candidatura. Nós não vamos fazer o contrário, ou seja, primeiro apresentar uma candidatura e depois apresentar um programa. Não. O programa vem primeiro e o candidato vai ter de seguir aquilo que o programa efetivamente tem a encaminhar.

Portanto, nós estaremos aqui sábado, durante toda a tarde, em um grande ato, em que participarão o Senador Pedro Simon, os Secretários de Estado, todos eles, do PMDB, os nossos Deputados Estaduais, Deputados Federais estarão aqui nesta Casa, para que possamos anunciar uma agenda de trabalho com a Cidade, um ano antes das eleições, para que possamos em março, abril, ter um esboço de plano de governo e, conseqüentemente, casar com isso uma candidatura, que, na nossa avaliação vai ser vitoriosa, porque há um esgotamento nesta Cidade. E há um sentimento de mudança; e há uma vontade enorme de mudar, de mudar para melhorar, de mudar para qualificar, de mudar para fazer uma verdadeira democracia popular nesta Cidade. Uma verdadeira democracia que não esteja vinculada a um Partido político, mas que esteja vinculada ao povo, de forma plural a às lutas da Cidade. É nessa direção que nós vamos caminhar.

Oxalá que o meu Partido vá para o segundo turno, mas, se não for, nós vamos estar aliados com aquele outro companheiro que liderar o segundo turno, porque nós queremos mudança nesta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara. Na semana passada foi trazida aqui nesta tribuna uma pesquisa. Nós queremos trazer, Ver. Sebastião Melo, também, uma pesquisa da Brasmarket que mostra os Governadores com melhor excelência administrativa e honestidade. O Governador Germano Rigotto não está nem entre os dez primeiros, Ver. Valdir Caetano. Está na vergonhosa posição de décimo oitavo colocado na pesquisa Brasmarket. Décimo oitavo! Criticavam o Olívio, Ver. Valdir Caetano, porque ele estava em nono! Agora o Governador Rigotto ficou em décimo oitavo! Décimo oitavo em excelência administrativa. Décimo oitavo, Ver. Carlos Alberto Garcia! Não é nono, é décimo oitavo! Não está nem entre os dez primeiros Governadores de nosso País! Agora, é fácil entender por que o Governador Rigotto não está nem entre os dez primeiros, está entre os vinte primeiros, em décimo oitavo lugar! Desde que o Governador Rigotto assumiu, o Governo foi de intervenção; interveio na UERGS; interveio na Assembléia Legislativa para impedir que o Partido dos Trabalhadores presidisse aquele Parlamento; interveio no Orçamento Participativo. É um governo intervencionista por excelência. Infelizmente o PMDB assina em baixo disso. Interveio em tudo. Acabou com os programas sociais, o Família Cidadã, principalmente. Quanto aos postos de saúde a cada 1 km, Ver. Goulart, o posto de saúde no raio de 1 km, nem no raio de 100 km! Não foi construído um único posto de saúde. Não há posto de saúde a cada 1km. Sem nada de reajuste para o servidor público. Nem 1%! Nada! Além dos mais, enfrentando uma crise na CEEE, no IPE e na Procuradoria! E os “pardais”, Ver. Valdir Caetano? Iam acabar com os “pardais”, iam tirar todos os “pardais” do Estado! Não tiraram um só “pardal”!

Então, para onde vai o Governo Rigotto? Nem o Governo Rigotto sabe para onde vai! Mas nós desconfiamos!

O FUNDOPEM, que será aprovado agora, no novo Programa do FUNDOPEM, Ver. Dr. Goulart; serão mais dois bilhões de reais, advinha para quem? Para os mesmos de sempre: GM, Gerdau, Souza Cruz. Ah! Isso está muito claro, porque na mídia é tudo paz e amor, agora, no Governo é fim de programa social, intervenção, intervenção, intervenção; dinheiro para quem menos precisa, e o Líder do Governo Rigotto aqui com um discurso de esquerda, mas com uma prática de direita. Alia-se com a direita, quer um programa de direita também para Porto Alegre e governa com a direita no Estado do Rio Grande do Sul.

E querem governar Porto Alegre. Vai fazer o seguinte, o governo em Porto Alegre: vai intervir nas escolas municipais, vai acabar com o Orçamento Participativo, vai dar incentivos fiscais a quem menos precisa, porque é isso que nós estamos vendo no Governo Rigotto.

Então será esse o programa que o PMDB discutirá no domingo?

Porto Alegre deve estar atenta porque o programa de inclusão social, de participação popular e de desenvolvimento construído, com distribuição de renda nas 16 regiões da Cidade é o que consagrou Porto Alegre como referência mundial de gestão pública. Esta é a Porto Alegre que nós temos. Repetir o Programa Rigotto em Porto Alegre é retardar o crescimento da Cidade, é voltar para um passado que Porto Alegre não quer, é tirar Porto Alegre do cenário mundial. Este é o programa de governo, o mesmo que está no governo do Estado, que querem para Porto Alegre? Tenho certeza de que Porto Alegre não quer isso, e tenho certeza de que Porto Alegre não quer ver o seu Prefeito em 18º lugar, como ficou o Governador Rigotto na pesquisa Brasmarket. Esta é a posição, não é no nono lugar, Ver. Luiz Braz, só para lembrar, e para encerrar por aqui: é 18.º lugar entre os Governadores do Pais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, depois de ouvirmos o Ver. Marcelo Danéris, nosso querido colega, eu queria só lembrar a ele que a primeira coisa que o ex-Governador Olívio Dutra fez quando assumiu o Governo foi brigar com Brasília e interromper qualquer recurso para o Rio Grande do Sul. A seguir, mandou embora a Ford. Vocês do PT perderam o direito de falar em desemprego, porque as chances de emprego que existiam foram mandadas embora. Quem se alia à direita é o Partido dos Trabalhadores aqui na Câmara! Quando eles falaram em “pardais”, sabe de quem é que eu me lembrei? Do Ver. Valdir Caetano, eles são “pardais” e “caetanos”! Nós não podemos separar mais Vereador do PL do PT. Absolutamente antagônicos; absolutamente rivais! E sai o Prefeito abraçado com dois Vereadores do PL! E o que é pior, insere, no mesmo dia aqui, a Taxa de Iluminação. Coincidência; foi só uma coincidência...

Esse mesmo Governo, que dizimou a segurança no Rio Grande do Sul, foi o protagonista mais fantástico e sensacional do grande espetáculo do quadriênio passado, que foi, indiscutivelmente, o Clube da Cidadania; e caiu a máscara, caiu o monopólio da transparência, da honestidade com um dos maiores escândalos da história política do Rio Grande do Sul.

Gostaria de dizer que o Governador Rigotto pode hoje ocupar a 19.ª posição. Claro que é o início de um governo e que não dá para avaliar, mas, fundamentalmente, quem gosta mesmo do Governador Germano Rigotto e o acha maravilhoso, por depoimento público, escrito em todo e qualquer jornal, é o Presidente Lula, é o Ministro Tarso Genro! Então, quero dizer que não se esqueçam de que o Governador Olívio denunciou a banda podre, lembram disso? Mas o que é ridículo, no sentido da palavra, do riso, é, indiscutivelmente, o intervencionismo no Orçamento Participativo. Tenho vontade de rir por vários motivos, porque um dos grandes embustes desses últimos anos, na cidade de Porto Alegre foi o Orçamento Participativo, o Orçamento que afana no valor, que disfarça na participação, e o que é pior, dá uma curva na demanda. Então, sabe qual é o peixe que eles mais gostam de servir? É a corvina, sabe por quê? Porque o Orçamento Participativo dá uma curva de 40%, 50%, 60% das demandas e não atende aquilo que é decidido. E, por isso, quando o Prefeito João Verle anunciou que tinha um déficit de aproximadamente 75 milhões, a primeira suspensão que ele fez foi das demandas do Orçamento Participativo de 2001 e 2002. Então, por que vamos nos reunir em 2003 para fazer esse papel triste de escolher? Mas não vale a escolha. Podem escolher, podem se reunir, podem debater, porém não vão levar. Essa é a história triste do Partido dos Trabalhadores, que perdeu o seu discurso, que perdeu o Orçamento Participativo e que criou uma quantidade tão grande de anticorpos sociais contra a Administração do Partido dos Trabalhadores, que hoje as chances são muito pequenas. E o desespero fundamental não é dizer que eles são bons, que eles são competentes, que fizeram grandes obras, como por exemplo, a obra do viaduto da Nilo Peçanha com a Carlos Gomes. Não. Eles têm que dizer que foi o Governo anterior; lá no Federal eles podem fazer isso... Mas há 16 anos que eles são Governo, Ver. Dr. Goulart, é impossível ter sido o Governo anterior. Não. As mazelas de Porto Alegre são de uma só responsabilidade, e essa o povo vai cobrar deles em 03 de outubro do ano que vem. Não vão levar mais, porque foram incompetentes e, principalmente, foram mentirosos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Este Vereador quando assume a tribuna trata os Vereadores com um extremo respeito, faz o debate político. Solicito a retirada de expressão do pronunciamento do Ver. Cláudio Sebenelo, pois nunca usei contra o Excelentíssimo Ver. Cláudio Sebenelo tal expressão e até porque já é reincidente. Agrediu a Igreja Universal, agrediu outros Vereadores e agora agride este Vereador. Obrigado.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, uma das condições de saúde mental é encarar as coisas com humor, e eu considero que o Ver. Marcelo Danéris é uma pessoa bem-humorada, e é nesse sentido que eu usei tal termo, e não no sentido pejorativo. Mais do que isso, não será retirado, porque eu não tive nenhuma intenção de ofendê-lo; ao contrário, eu tenho uma profunda admiração pelo Vereador e não vou ofendê-lo.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, eu não tenho nenhum problema com o bom humor, só não aceito piadas de mau gosto.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nesse caso, a Mesa, baseada no art. 142 do Regimento, inc. V, que diz que “dirigindo-se ao colega, o Vereador lhe dará o tratamento de Excelência, nobre Vereador, ou nobre colega”, determina que seja retirado o termo solicitado pelo Ver. Marcelo Danéris do pronunciamento do Ver. Sebenelo.

O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente desta Casa Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos acompanha nas galerias e que nos assiste pela TVCâmara, a cada dia que passa, nós vemos os Vereadores usando essa tribuna, isso de uma forma natural, já preocupados com o 03 de outubro do ano que vem, em que, em todas as cidades do Brasil, os munícipes irão escolher os seus representantes para as Câmaras Municipais e para as Prefeituras. Isso é normal, e é importante que, a cada dia que passa, as pessoas venham a se interessar, ainda mais, pela política, porque a questão que se levanta de que não vamos nos preocupar com a política, de que políticos, Ver. Haroldo de Souza, são todos iguais, isso é uma forma que é colocada na cabeça das pessoas para que aqueles que se aproveitam da política de uma forma irregular venham cada vez mais a ter um poder ainda maior. É importante, sim, que as pessoas venham participar da política e acompanhem o trabalho daqueles que receberam o seu voto, aqueles que receberam o seu aval para representá-los como Vereador, como Prefeito, como Governador, como Presidente. É muito importante que isso seja feito.

Eu vejo, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que essa disputa será muito acirrada aqui na Capital gaúcha, aqui em Porto Alegre. Isso é muito importante: de um lado, os Vereadores governistas; do outro lado os Vereadores de oposição, travando aqui, através desta tribuna, discursos, discussões políticas importantes para Porto Alegre, mas que isso venha a ser feito de uma forma saudável e não venha a ser feito com agravações pessoais, porque todos nós somos Vereadores, representantes desta Cidade, e, se aqui estamos, tivemos o aval do povo de Porto Alegre.

Agora, eu gostaria de perguntar porque é que se pode avaliar o Governo Lula, neste período, e não se pode avaliar o Governo Rigotto - já que tomaram posse no mesmo dia? São coisas que a gente estranha. Tudo que o nosso Presidente Lula tem feito já passou da época, já deveria ter feito há muito tempo; e quanto ao Governador, não; é um Governo que está-se iniciando, é um Governo que está no começo. Na verdade o que nós temos visto, a pesquisa está aí mostrando a posição do nosso Governador, e realmente o Governo do Rio Grande do Sul, por enquanto, me desculpem, está só no blablablá. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. João Dib, demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem, todos nós conhecemos aquela história do soldadinho que foi desfilar no dia 7 de setembro e a sua avó estava assistindo. E ela, observando, percebeu que todo o batalhão marchava com o pé direito e o soldadinho com o pé esquerdo; o batalhão marchava com o pé esquerdo e o soldadinho com o pé direito. E ela, espantada, disse: “Mas estão todos errados, só o meu neto que está marchando certo!” Alguns pronunciamentos aqui nesta Casa nos fazem lembrar desse episódio. Há dezesseis anos, em Porto Alegre, a Frente Popular governa, tem tido apoio da população que a reelege, em primeiro turno ou em segundo turno, com 60% dos votos.

O Orçamento Participativo, em todo o mundo, é uma referência, na ONU, em todos os terrenos, como um exemplo de participação popular, de uma combinação da democracia representativa com a democracia participativa, não excluindo a representativa.

Em suma, todo o batalhão marcha considerando algo positivo, algo inovador, algo que deve ser estudado pelos povos do mundo como a forma de participação.

Um governo que, na área da Saúde - que ainda tem problemas - avançou enormemente.

O Ver. Dr. Goulart, em 1988, era o Governo Collares, havia 13 postos de serviços da saúde; hoje, 144 serviços de saúde. Na Educação, em 1988, Governo Collares, 29 escolas na rede municipal; hoje, 92 escolas - ainda precisamos de mais. Na área da habitação, na área do esgotamento sanitário... Mas, alguns Vereadores vêm aqui como soldadinhos do passo certo: estão contra a população - que acha bom -, estão contra o mundo - que acha correto o Orçamento Participativo.

Então, é importante que a população que nos escuta, que a população que assiste à TVCâmara, raciocine.

E mais: cresce o número de Partidos que se somam à Frente Popular - que, no entender do PCdoB, temos dito aqui, é um espaço para que outras forças políticas venham a se somar. Temos de criar uma grande frente, mas parece que até o medo das eleições que se aproximam e de uma nova derrota, leva os soldadinhos do passo certo a reapareceram aqui.

Queríamos fazer esta reflexão, aqui, para que o povo de Porto Alegre, atento como sempre, acompanhe os acontecimentos.

O outro assunto que queremos, rapidamente, tratar aqui é o papel fundamental que o Governo Lula, que o governo brasileiro está jogando no cenário internacional. Vamos fazer uma manifestação outro dia, meu Presidente - sabemos que Vossa Excelência é zeloso pelo relógio -, mas gostaríamos de chamar a atenção para o papel internacional de protagonista de um Brasil que estava agachado para o capital internacional, que estava agachado para as grandes potências, está jogando na ONU, está jogando em Cancun, está jogando por intermédio de Lula, na Índia, na China, sendo o país líder, hoje, do Terceiro Mundo. O País que enfrenta a OMC, que enfrenta as tentativas do império do norte de nos obrigar ao subdesenvolvimento. Mas é tema para um outro dia em que trataremos aqui da tribuna. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, com muita alegria e satisfação, hoje, a Bancada do PSB, e podemos dizer a Bancada, porque hoje está presente o Ver. João Batista Pirulito, a quem faço uma saudação toda especial. Ver. João Batista Pirulito, eu quero dizer da alegria por sua presença nesta Casa, pois, hoje, o PSB tem dois Vereadores. Este Vereador inclusive o convidou para utilizar o tempo de Liderança, mas Vossa Excelência entendeu que seria melhor que eu falasse. Então, quero agradecer pela gentileza de Vossa Excelência por ter cedido o seu espaço para que este Vereador fizesse a Comunicação de Líder e dizer que esperamos, a partir de 2005, que a Bancada do PSB possa crescer cada vez mais; e temos a certeza de que Vossa Excelência vai estar permanentemente aqui nesta Casa, pois é para isso que estamos trabalhando.

Mas, Ver. João Batista Pirulito, nós temos uma outra situação de alegria. Essa pesquisa de que vários Vereadores falaram, demonstrou que o nosso Governador, o Paulo Hartung Gomes, lá do Espírito Santos, lidera o combate à corrupção. Se nós lembrarmos, há um ano - é recente isso -, toda situação do Espírito Santo, de como estava sendo governado aquele Estado, com intervenção por parte da Polícia Federal, sérias atuações, corrupções de parlamentares, corrupções da Polícia, corrupção do Executivo, corrupção do Judiciário. E essa pesquisa da Brasmarket verificou que Paulo Hartung do Espírito Santo, do nosso Partido, está entre os cinco Governadores mais empenhados no combate à corrupção. E um detalhe: ele está em primeiro lugar, é o mais honesto Governador do nosso País. Isso deveria ser praxe. O mais honesto deveria empatar com todos, porque ser honesto não é nenhum atributo, é uma obrigação, mas, ao mesmo tempo, nos sentimos gratos, pois nesta pesquisa que foram ouvidas 22.514 pessoas, o nosso Governador, Paulo Hartung, desponta nesse caso. E um detalhe a mais: entre os dez Governadores, temos mais um Governador do PSB, a nossa Governadora, Vilma Maria de Faria, também está entre as dez mais. A nossa Governadora do Rio Grande do Norte, que já havia sido por duas vezes Prefeita, e ocupa, agora, o cargo de Governadora. Isso mostra muito bem, e é importante que não só os Vereadores vejam, mas também aqueles que nos assistem, que essa é uma forma de o PSB fazer política, aquela forma que nós que compomos a Frente Popular queremos mostrar para a população, a forma transparente, a forma de mostrar para todo o cidadão e cidadã que precisamos da sua efetiva participação, porque quando o cidadão dá a procuração para alguém no Legislativo ou no Executivo, ou seja, Vereador ou Prefeito, da mesma forma nós entendemos que devemos dividir nosso mandato com a população e consultá-la para ver o que ela entenda ser o melhor. E é dessa forma que, há 16 anos, a Frente Popular governa o Município, e é dessa forma, também, que o PSB quer construir e continuar nessa unidade de Frente Popular.

É por isso que lançamos, e seguidamente reiteramos o nome do nosso candidato a Prefeito de Porto Alegre, o companheiro Beto Albuquerque. Mas volto a citá-lo, Ver. João Batista Pirulito, nós não queremos somente a Prefeitura junto com a Frente Popular, nós queremos uma grande Bancada de companheiros e companheiras do Partido Socialista Brasileiro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o Partido Progressista vem à tribuna para falar sobre um assunto de fundamental importância, que é a campanha “Na cidade sem meu carro”. Hoje é o Dia Mundial do Dia Sem Utilizar o Automóvel. Isso iniciou-se na Europa, por meio de uma parceria entre o Poder Público e a iniciativa privada. Eu quero refletir justamente sobre isso. O automóvel está em xeque, hoje, no mundo. Durante parte do século XX, houve toda uma política, todo um estímulo e um incentivo para as pessoas adquirirem o automóvel, sendo, até um determinado período, o meio de transporte mais estimulado e incentivado em nível mundial, Ver. Cláudio Sebenelo, que gosta e estuda o tema, e Ver. Dr. Goulart também tem-se aprofundado nesse tema.

Não há como todos os indivíduos terem automóvel para se locomover, ao menos no que diz respeito a uma cidade. E aí vem a questão. O problema não é a utilização do veículo para viajar, mas para se locomover numa metrópole como Porto Alegre e outras tantas cidades. Esse é o problema e esse é o desafio que a humanidade tem de encarar.

Portanto, é muito bem-vinda a terceira edição, em Porto Alegre, da campanha “Na cidade sem meu carro”, mas, há mais tempo, se iniciou na Europa. As principais cidades brasileiras que trabalham com isso são: Curitiba, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo. Mas aí vem a questão para a qual eu quero chamar a atenção dos meus pares. Como deixar de utilizar o automóvel na cidade de Porto Alegre, Ver. Haroldo de Souza? “Na cidade sem meu carro” busca, em Porto Alegre, incentivar a adoção de alternativas sustentáveis como o transporte a pé e de bicicletas. Onde estão as ciclovias em Porto Alegre? As calçadas são reduzidas para alargar as avenidas. Está aí a 3ª Perimetral, com quarenta metros de largura e dois metros e meio de calçada, Ver. Dr. Goulart. Onde está o estímulo e o incentivo ao pedestre? As ciclovias já estão previstas em lei, desde 1990, os bicicletários da mesma maneira. E aí? Estimular o pedestre e o ciclista? Só mesmo em folhetos e folders, porque, na prática, não há política nenhuma em Porto Alegre, objetivamente falando, estimulando o pedestre e o ciclista.

Porém, Ver. Dr. Goulart, tão atento ao nosso pronunciamento, estimular o uso do transporte coletivo, sim, Ver. Haroldo de Souza, mas por que só o transporte coletivo rodoviário? E o transporte fluvial de passageiros? E o ferroviário? Existe uma única maneira de locomover-se na cidade de Porto Alegre, via rodoviária. Nós temos uma infra-estrutura natural extraordinária, uma das melhores do mundo, que é o Guaíba, mas só temos uma maneira de nos locomovermos na cidade de Porto Alegre, que é via rodoviária.

Então, “Na cidade sem meu carro” é uma campanha muito bem-vinda, mas por parte do Executivo é uma grande demagogia, porque não há nenhuma política para desestimular o automóvel; muito antes pelo contrário, está aí a 3ª Perimetral, estão aí projetos de alargamento de avenidas e de estreitamento de calçadas. Não há o sistema cicloviário previsto em lei e previsto como uma das compensações ambientais da 3ª Perimetral, não existe isso.

A campanha “Na cidade sem meu carro” visa fazer com que possamos refletir sobre energias alternativas. Toda a frota de ônibus na cidade de Porto Alegre é movida a diesel. Onde está o hidrogênio, o elétrico, o a gás?

Muito bonita a campanha “Na cidade sem meu carro”, muito bem-vinda, inclusive, para nós refletirmos, mas estamos aqui aproveitando, sim, para mostrar que a política do Executivo de Porto Alegre é extremamente tradicional, conservadora e ultrapassada, porque só visa ao transporte individual e rodoviário. Não há outra alternativa para a gente se locomover aqui na cidade de Porto Alegre. "Na cidade sem meu carro", mas na prática e com políticas sérias nesse sentido. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A Mesa tem em mãos um Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, Presidente da Comissão Especial que trata do uso de bebidas alcoólicas, drogas, etc. Por esse Requerimento é solicitado que a ementa “Comissão Especial para tratar do uso de bebidas alcoólicas e de drogas por menores, bem como da prostituição infantil e exploração de menores ‘em situação de rua’ em Porto Alegre”, seja alterada para: “Comissão Especial para tratar do uso de bebidas alcoólicas e drogas, exploração sexual e situação de rua de crianças e adolescentes na cidade de Porto Alegre”.

Examinado pela Diretoria Legislativa e pela Mesa, não há óbices.

Em votação o Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

O Ver. Zé Valdir solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Zé Valdir e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1827/01 - VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 109/01, de autoria do Ver. Luiz Braz, que autoriza o Executivo Municipal a permitir, sem encargos para o Município e mediante concorrência pública, a construção de abrigos para passageiros de ônibus, com iluminação, tubos de descanso para os usuários, cestos para coleta de lixo e pavimentação do passeio público, e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 20.09 – sábado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº 109/01, com Veto Total. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, este é um Projeto que, na verdade, não deveria ter nenhum tipo de oposição a ele, porque ele não causa nenhum prejuízo para o Município, ele traz somente benefícios para o Município. É exatamente aquela relação que eu acredito muito importante ser travada: trazer a iniciativa privada para que ela possa, de alguma forma, investir para que as condições da nossa sociedade possam ser condições melhores.

Entrei em contato com o comércio e com entidades ligadas ao comércio. Elas têm interesse em investir, é claro, em troca de publicidade, para que nessas paradas de ônibus, que muitas vezes ficam completamente abandonadas; que às vezes não têm um banco para o cidadão sentar, que não têm iluminação, não têm um telefone, para que haja condições básicas para que o cidadão possa sentir-se mais à vontade. Esses comerciantes teriam vontade de investir para essas paradas pudessem estar melhores aparelhadas.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. sabe que não sou advogado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas V. Exa. tem a sapiência dos melhores advogados.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: Não tenho, pois, a artimanha dos grandes tribunos, e sou a favor da Taxa de Iluminação. V. Exa. observe que eu já vou torpedeá-lo.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Que bom isso!

 

O Sr. Pedro Américo Leal: É sobre algo que V. Exa. escreveu aqui.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Assim posso rebater.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: “Autoriza o Executivo Municipal a permitir, sem encargo para o Município e mediante concorrência pública, a construção de abrigos para passageiro de ônibus..., com iluminação”.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Certo!

 

O Sr. Pedro Américo Leal: É importantíssima a iluminação, porque as moças e os rapazes que durante a semana vão fazer cursos, vão-se aperfeiçoar trabalhando, é claro, porque a classe pobre trabalha, têm de ter iluminação. V. Exa. se traiu aqui.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Não, eu estou dizendo que tem de ter iluminação.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. colocou aqui aquilo por que me bato. “com iluminação”. V. Exa. não se livra mais disso.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Se V. Exa. se lembrar, quando nós votamos aqui o Projeto Reluz, eu coloquei uma emenda ao Projeto dizendo o seguinte: que nós deveríamos ter um Plano Diretor de iluminação. Acredito que esta é uma Cidade muito escura, e nós precisamos que os investimentos que são feitos sejam feitos em áreas prioritárias. Então, este Vereador tem uma Emenda aposta ao Projeto Reluz, que hoje é uma lei do Município, no sentido de que os investimentos que vêm lá de fora para essa área, da iluminação, sejam aplicados de acordo com um plano diretor, a ser aprovado por esta Casa. Nós cumprimos sempre a nossa parte: aprovamos o projeto de acordo com o pedido do Partido dos Trabalhadores. Só que, Vereadores Haroldo de Souza e Pedro Américo Leal, cadê o Plano Diretor de iluminação? Não existe, nunca foi estudado aqui. Na verdade, não há um estudo aprofundado sobre os pontos necessários em que se colocar uma iluminação, para que esta possa ser uma Cidade que ofereça menos perigo para as pessoas. E está na lei o Plano Diretor de iluminação. Só que, Ver. Darci Campani, nós gostaríamos que viesse para esta Casa um estudo do Executivo para que pudéssemos votar aqui, realmente, um plano que fosse viável para que esta Cidade fosse melhor iluminada. Nós queremos que isso aconteça. Agora, é claro, o PT, na hora de pedir dinheiro, sabe que é muito bom, mas na hora de fazer as aplicações a favor das pessoas, das pessoas mais carentes, há sempre obstáculos a serem ultrapassados, que, muitas vezes, não são ultrapassados.

Então, o que nós pedimos aqui é para que haja investimento do empresariado para a iluminação nas paradas de ônibus, que sejam construídos abrigos para os passageiros e que eles tenham outros benefícios. Não é com o dinheiro da Prefeitura Municipal, que é o dinheiro dos tributos, mas, sim, com o dinheiro que possa ser investido por intermédio das empresas. O que nós estamos pedindo, e o que nós queremos por meio deste Projeto de Lei, é apenas alguma coisa que só traz benefícios; eu não vejo onde está o prejuízo aqui. Por isso, eu não entendo o Veto da forma como foi colocado neste Projeto de Lei. Ver. João Antonio Dib, muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL n.º 109/01, com Veto Total.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, são extensas as razões contidas no Veto Total oferecido pelo Sr. Prefeito Municipal ao Projeto de autoria do Ver. Luiz Braz, que logrou aprovação da Casa por ampla maioria de votos. O que propõe o Projeto do Ver. Luiz Braz? Propõe autorizar o Executivo Municipal a permitir, sem encargos para o Município, Ver. Pedro Américo Leal, e mediante concorrência pública, a construção de abrigos para passageiros de ônibus, com iluminação, tubos de descanso para os usuários, cestos para coleta de lixo, pavimentação do passeio público e dá outras providências.

Sr. Presidente, nós sabemos que, em vários locais neste País, o mobiliário urbano, que envolve, inclusive, as paradas de ônibus, os locais onde a população tem acesso ao serviço coletivo, já foram, Ver. Luiz Braz – e V. Exa. é autor do Projeto, não desconhece isso – licitados. As cidades, como Salvador, ganharam excelentes equipamentos urbanos, sem dispensar um ônus sequer. E ainda mais do que isso: ganharam a oportunidade de participar num percentual dos valores aferidos pelas empresas que, construindo os equipamentos, adquirem a possibilidade de explorarem os espaços disponíveis para a veiculação de publicidade.

As razões do Veto do Sr. Prefeito - que eu já disse - são exaustivas, são também repetitivas. Quase todos os vetos do Sr. Prefeito vêm com essas manifestações, especialmente a posição que tem prevalecido no Tribunal de Justiça do Estado que, no meu entendimento, não se adaptam a essa proposta vetada pelo Sr. Prefeito.

Há alguns Vereadores na Casa que manifestaram sempre restrições ao chamado Projeto de Lei Autorizativo. E daí, há alguma posição de antagonismo à proposta do Ver. Luiz Braz, pela circunstância de que ele autoriza o Município a assim proceder. E o faz, até com muito critério, a medida que sugere que isso seja feito, por meio de uma seleção de um processo licitatório que, evidentemente, será público, que venha a trazer interessados a partilhar com o Município desses ônus que, sabidamente, têm sido de difícil suporte para o Município de Porto Alegre e que, inclusive, busca, na tarifa urbana, recursos para satisfazer essa sua necessidade, na medida em que todos nós sabemos que um dos fatores de encarecimento da tarifa dos serviços de transporte da cidade de Porto Alegre é, de um lado, o Imposto Sobre o Serviço de Qualquer Natureza, que incide 3% - cada vez que um cidadão paga uma passagem, 3% é imposto. E mais do que isso, outros 3% resultantes da contribuição que vão para a EPTC são para administrar a Câmara de Compensação da Tarifa Social que vigora na cidade de Porto Alegre. Então, o Município tem carência de recursos nessa área, e se forem chamadas empresas, e elas se interessarem em construir de acordo com predeterminações municipais estabelecidas num edital que convocaria uma licitação pública, se houver empresas dispostas a arcar com o ônus de fazer essa tarefa, seria inclusive uma insanidade o Município desprezar essa possibilidade, que ensejaria a autorização legislativa concedida por meio do Projeto do Ver. Luiz Braz.

O que eu digo a respeito dos Projetos de Lei Autorizativos, Ver. Pedro Américo Leal? Eu digo o seguinte: se o autorizado é alguma coisa que a lei não vede o Executivo de fazê-lo, se o fruto final da autorização é um procedimento legal do Município, muitos dos quais ele só pode fazê-lo com a nossa autorização, por ele provocada, nós temos direito de um processo de inversão, pura e simples. E o que o Ver. Luiz Braz está autorizando o Município a fazer com o seu Projeto, não constitui nenhuma ilegalidade. Está rigorosamente dentro da lei, tanto que teve o cuidado de estabelecer pormenores como, por exemplo, qual o tipo de equipamento, e mais do que isso: qual a forma pela qual se daria a exploração de serviços.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu consultei o Diário Oficial e V. Exa. está afirmando que o Projeto é autorizativo, mas não está bem delineada essa autorização que o Projeto dá, porque eu me informei com o autor do Projeto, que é o Ver. Luiz Braz, e ele disse que não pretendeu fazer um Projeto Autorizativo.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Em verdade, Sr. Presidente, no Projeto cuja cópia eu tenho...

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, eu estou acompanhando o raciocínio de V. Exa., e está absolutamente correto. O que nós fazemos é uma autorização para permitir - sem encargos para os cofres públicos, e mediante concorrência pública, tudo dentro da legalidade - a construção de abrigos para passageiros de ônibus.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: O que nós temos aí é apenas uma discussão sobre iniciativa...

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria perguntar: Por conta de quem é a despesa?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: De quem vai assumir. Quem vencer a licitação à qual será submetido, e ele terá a necessidade de construir esses equipamentos, mantê-los e ser remunerado pela publicidade. Alguém pode até dizer, Ver. Pedro Américo Leal, que há dúvida se alguém vai-se interessar. Acho que haverá interessados nisso.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não entendo por que o Veto. O Município não terá despesa nenhuma, será com empresários. Qual é o problema aí?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Vai-se fazer uma licitação pública, não será predeterminada qual a empresa vai fazer, não se sabe, sequer - entendo que existiriam -, se terão interessados ou não! Ninguém será compelido a participar dessa programação, vai aderir ou não, convocado que será pela licitação pública.

Vou concluir, Presidente, agradecendo sua tolerância, dizendo o seguinte: acho que houve um equívoco nesse Veto. Este é um Projeto bom, favorece e corresponde ao interesse público e por isso o Ver. Luiz Braz vai contar com o nosso apoio, renovado, já que na primeira ocasião votamos com ele. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 109/01, com Veto Total.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na medida em que a população vai se aproximando das linhas e dos finais de linhas mais periféricos de Porto Alegre, cai muito a qualidade, Ver. Luiz Braz, das instalações, principalmente nas paradas. A desproteção existe nas ruas secundárias, não nos grandes eixos de Porto Alegre, nas grandes perimetrais, especialmente nas grandes radiais, mas quando se aproxima da periferia da Cidade, especialmente do fim da linha dos ônibus, temos, Ver. Luiz Braz, uma piora sensível da proteção às pessoas que vão para as paradas esperar o ônibus ou descer dos ônibus. Então, em um momento de excelente inspiração e habilidade jurídica, inclusive, o Ver. Luiz Braz faz um Projeto que autoriza o Executivo Municipal a permitir, sem encargos para o Município e mediante concorrência pública, tudo dentro da lei, a construção de abrigos para passageiros de ônibus, com iluminação, com tubos de descanso para os usuários, cestos para a coleta de lixo e pavimentação do passeio público, e dá outras providências. Isso é, ele propõe que as paradas de ônibus sejam paradas de Primeiro Mundo. No exame dessa proposta, em que não está incluído o valor, o preço dessa benfeitoria em um equipamento público, há uma nítida economia que os empresários fariam com todo o prazer e com toda a utilidade. Há uma relação fantástica de custo/benefício nesse caso.

Pois, para nossa surpresa, este Projeto foi vetado. Sabem qual é a razão deste Veto? É porque o Veto é muito comprido, o Veto é extenso demais para justificar uma oposição a essa idéia, eles têm de escrever muito. Mas quando um veto não tem razão, aí, então, eles escrevem, escrevem compêndios, tratados, porque, na verdade, não há o que falar deste Projeto. Este Veto deve ser rejeitado por unanimidade, por toda a Casa.

Por favor, é incompreensível, Exmo. Sr. Ver. Luiz Braz, eu quero-lhe dizer que a parte de iluminação, a parte de descanso para os usuários, o cesto de coleta de lixo e a pavimentação do passeio público é o mínimo dos mínimos exigíveis numa Cidade que se diz de qualidade de vida, que se diz aprazível, que se diz confortável.

Realmente, eu tenho a única razão pela qual este Projeto não passou no Paço Municipal ou para os “narizes torcidos” para este Projeto no Paço Municipal. Sabe por que, Exmo. Sr. Vereador? Porque não foi feito por ninguém do Partido dos Trabalhadores. Este Projeto, primeiro, tem um vício de origem, ele é do Legislativo, e qualquer coisa do Legislativo é barrado. E segundo, é feito por um Vereador de oposição, então a coisa fica muito mais grave. Então, a lata de lixo para este Projeto, a fogueira para este Projeto, porque, realmente, ele tem dois defeitos fundamentais, Vereador: ser de oposição e, desgraçadamente, ter origem legislativa.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLL nº 109/01, com Veto Total.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, tem razão o Ver. Cláudio Sebenelo que diz que, se uma idéia for da oposição, tem já a oposição do Sr. Prefeito. É uma pena. Em 2001, exatamente quando o Ver. Luiz Braz apresentou este Projeto, o então Prefeito Tarso Genro lançou uma campanha publicitária, Ver. Cláudio Sebenelo, gastando dinheiro em propaganda: “A parada legal”, em que iria fazer as paradas com todos os detalhes, com banco, tudo certinho, assim como prevê o Ver. Luiz Braz. Gastou-se em propaganda, e mais uma vez o Prefeito daquela época, Tarso Genro, prometeu e não cumpriu, gastou em propaganda e abandonou o Projeto, fez uma ou duas “paradas legais” e abandonou o Projeto. E agora vem o Projeto do Ver. Luiz Braz, que pede sejam feitos bancos fixos nas paradas, mediante recursos advindos da publicidade da iniciativa privada, sem custos para o Município; sem custo para o Município, mas beneficiando a comunidade. E agora o Prefeito veta, só porque é idéia de um Vereador de oposição. É uma pena! Ver. Luiz Braz, eu sou lá de São Luiz Gonzaga, estou aqui há 40 anos, e em São Luiz Gonzaga as paradas de ônibus têm bancos. Ver. Cassiá Carpes, lá no interior, e agora há um grande Município chamado São Pedro do Butiá, as paradas de ônibus têm bancos, lá em São Pedro do Butiá. E na Capital do Estado as paradas não têm bancos!

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Pelo menos o cidadão que está esperando o ônibus é assaltado comodamente, ele é assaltado sentado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Mas o Prefeito fez duas paradas de ônibus com bancos fixos, lá em frente à AACD, na Cristiano Fischer, atendendo Pedido de Providências deste Vereador. Muito bem! Por que não fazer em todas as paradas? Eu tenho uma parada de ônibus lá na João Batista Reus, em frente a uma escola, os alunos ficam esperando um longo tempo pelo ônibus, porque é uma zona em que a circulação de ônibus não é tão intensa, mas os alunos ficam lá esperando, em pé. Por que não colocar bancos? E por que não atender ao Projeto do Ver. Luiz Braz, não custaria nada? Não tem vício de iniciativa, porque não têm recursos públicos aplicados. Será somente com recursos da propaganda advinda da iniciativa privada. É uma pena, é uma tristeza, que só haja um pensamento único, só haja uma idéia única: as coisas só são boas quando advindas do Partido do Sr. Prefeito. E todas as demais, as da população, porque isso aqui não é somente idéia do Ver. Luiz Braz, a idéia é dos contribuintes, são de moradores, são de usuários das linhas de ônibus que pedem este Projeto, e, tristemente, o Sr. Prefeito Municipal vem e veta. Uma boa idéia, mas boa idéia parece que só são as do Partido dos Trabalhadores. É uma pena, é uma tristeza, mas é uma realidade.

Portanto, vamos votar contra o Veto do Sr. Prefeito, a favor do Projeto, porque ele é bom para a Cidade, é bom para os usuários, é bom para a sociedade e não acarreta nenhuma despesa para os cofres municipais.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLL n.º 109/01, com Veto Total.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sra. companheira Secretária, nossa Presidenta dos trabalhos, Ver.ª Maria Celeste, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, Ver. Luiz Braz. Jamais na minha história, e acredito que na história dos parlamentares desta Casa, nós vamos desrespeitar uma iniciativa, principalmente uma iniciativa com olhar para a nossa Cidade. Do que nós discordamos aqui é do mérito, é da forma. Eu tenho certeza que foi uma questão de retórica, porque isso está conceituado. Agora eu estou estudando um pouco de Direito, os princípios lá da Grécia e depois em Roma, enfim, e principalmente a questão da retórica em discutir o que é a verdade, do discurso belo, e o que acontece na prática.

Então vamos recolocar a verdade. Porto Alegre - e eu vou conceituar o que eu penso e os dados técnicos - possui atualmente 5.700 pontos, aproximadamente. Sendo que 80% desses são no sentido bairro-centro, salientando que determinados pontos possuem mais de um abrigo. Conforme o carregamento dos passageiros, isso se dá na prática, com a tendência de os usuários, no desembarque, deslocarem-se para as suas residências, não ficando no ponto. Segundo: a própria EPTC reformou todos os corredores de ônibus com novos abrigos, com luminárias, lixeiras e novas coberturas, bem como está implantando o Projeto Parada Segura, desde 2001, com financiamento do BNDES, implicando em 450 mil reais. Desse investimento, em 176 pontos de paradas: com cobertura em percon, telha, alumínio e vinil, luminária, lixeira e calçamento. Eu sei que o Vereador – sem querer ser irônica – está pensando que as pessoas tenham quase uma casinha ali, para que elas possam morar, naquele determinado momento. Mas nós sabemos, na prática, como essas coisas se dão. Outrossim, Vereador, o interesse publicitário tem-se caracterizado na ocupação, e V. Exa. sabe - nós conhecemos bem as nossas queridas empresas aqui de Porto Alegre - que é na área que dá mais retorno comercial, ou seja, nas zonas nobres da Cidade, onde já existem contratos firmados com empresas de publicidade - nós sabemos disso -, sendo que o mercado não tem apresentado nas regiões... E aqui V. Exa. argumenta que lá na periferia - e outros teorizaram aqui – não existe esse interesse, porque eles consideram que não tem retorno comercial.

Portanto, Vereador, é importante considerar que a posição de V. Exa. não aponta a possibilidade das virtuais receitas advindas dessa atividade, das empresas que possam ser incorporadas na diminuição do custo tarifário da nossa Cidade. E V. Exa. sabe que essas coisas não se dão isoladas; elas se dão no conjunto. E aí, infelizmente, nós poderíamos, a partir disso, ter um acréscimo que viria a incidir na própria passagem do usuário e daquele que mais precisa.

E, em contrapartida, Vereador, ainda quero argumentar o seguinte: há algumas “pérolas” aqui que não dá para deixar passar. Por exemplo, com todo o respeito, estou há duas gestões na CUTHAB, fui Presidenta da CUTHAB, e agora estou junto com o Ver. Raul Carrion, que a está presidindo, eu sou a Vice-Presidenta, e nós temos toda uma discussão, e, inclusive, Ver. Luiz Braz, gostaríamos de convidá-lo para vir discutir, porque V. Exa. sugeriu aqui um Plano Diretor de iluminação pública. Vereador, V. Exa. sabe que na Lei n.º 8279/99, que disciplina o uso do mobiliário urbano, que é onde se localizam essas questões, e em que estão totalmente amparadas. Mas acho que com esse seu Projeto e com a preocupação de V. Exa. nessa área, V. Exa. deveria, assim que nós tivermos maiores discussões - até porque agora temos uma Comissão organizada sobre o tema –, vir discutir conosco, porque, perfeitamente, com toda a seriedade, sinto que V. Exa. está preocupado. Mas na conceituação do mobiliário urbano são considerados todos os elementos de escala de microarquitetônicos integrantes do nosso espaço urbano.

Portanto, não vamos poder votar com V. Exa.; vamos manter o Veto por todas essas considerações, mas queremos registrar que sabemos do respeito e da consideração que V. Exa. tem para com a nossa Cidade. E eu acho que este é o nosso papel. Muito obrigada.

(Revisto pela oradora.)

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Pediria para aguardar a presença do Presidente para fazer a minha manifestação.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Com certeza, só quero alertar aos Vereadores que não há mais nenhum Vereador inscrito para a discussão dessa matéria. Estou passando a direção dos trabalhos para o nosso Presidente.

 

(O Ver. João Antonio Dib reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr. Presidente, por gentileza, este Vereador gostaria de recorrer da decisão da Mesa que acatou o Requerimento do Ver. Marcelo Danéris referente à retirada de expressão do meu discurso. A retirada da expressão tira um pouco do sentido daquilo que eu quis falar. Em absoluto, quis ofender o Ver. Marcelo Danéris pessoalmente. Segundo, a palavra usada e a profissão dela decorrente não têm um caráter pejorativo. E, por fim, se V. Exa. não pode reverter a situação e inseri-la novamente no discurso, eu recorreria, então, à Comissão de Constituição e Justiça. Este seria o meu pedido a Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Cláudio Sebenelo, o recurso é regimental. No momento em que o Presidente determinou que fosse retirada a expressão o fez, também, dentro das regras do Regimento. Vossa Excelência, naquele momento, ficou brabo, e eu poderia sugerir a V. Exa. que dissesse: “um Vereador com espírito de humor, com senso de humor”. Mas não posso usar aquela expressão para referir o Vereador. E eu li o artigo do Regimento interno: aos Vereadores dirige-se dizendo: nobre Vereador, Sr. Vereador, Vossa Excelência, e não pode chamar de humorista. De qualquer forma, aceito o recurso de V. Exa. Eu poderia, se V. Exa. tivesse aceito, fazer com que dissesse “o Vereador com senso de humor”. Não teria nenhuma dificuldade, e o seu raciocínio ficaria perfeito, sem dúvida, mas eu não posso fazer diferente.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O recurso é por escrito Vereador? Recebo, e será encaminhado à Comissão de Justiça.

Não há mais inscritos para a discussão, colocamos o Projeto em votação. Colocado o Projeto em votação, eu verifico que visivelmente não há quórum.

E chamo a atenção da Casa, enquanto nós não decidirmos o Veto, todo o resto da matéria está suspensa. Também comunico à Casa e às Lideranças em especial, que no dia 30 de setembro, às 18h, o Prefeito virá trazer à Casa a Proposta Orçamentária para o ano de 2004. É um momento realmente importante, um dos momentos importantes que a Casa do Povo vive. Esta comunicação está sendo feita verbalmente, mas também a farei por escrito para que as Lideranças compareçam no Salão Nobre da Presidência para receberem o Prefeito e a Proposta Orçamentária para o próximo ano.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Saúde e paz.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h15min.)

 

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